D. Vilela, Aline Fonseca Coury, V. D. S. Rodrigues, Natalia Stefany Guirelli Molina
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Abstract
Este artigo se baseia em uma Experiência Formativa realizada com estudantes do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de São Carlos, SP, num projeto que envolve Arte e Educação Matemática. O objetivo geral da proposta foi integrar a experiência artística com uma prática matemática. O intuito foi conhecer a obra do arquiteto e artista Athos Bulcão (1918 - 2008) e recriar obras específicas por diferentes tecnologias, como software, régua, compasso e colagens. Este artista foi escolhido para a Experiência Formativa pelos aspectos gráficos e geométricos presentes nas suas obras, pela simplicidade, beleza e proposta de “obra aberta” em que a composição final do painel é resultado do processo não uniforme de assentamento dos azulejos pelos operários. Esse aspecto imprevisível e dinâmico contrasta com uma suposta matemática verdadeira, universal e fixa. O referencial teórico, de inspiração na filosofia de Gilles Deleuze, considera a “aprendizagem” não no sentido da aquisição de conhecimento, mas como experiência e sentido, pautada em uma perspectiva não restrita a dicotomias tal como conteúdo e método, ciência e técnica, numa crítica a aspectos da modernidade que separa a razão das emoções e preza o conhecimento verdadeiro e universal. A atividade desenvolvida com os estudantes foi em si mesma o que se pretendia ensinar, no sentido de se tratar de uma prática não restrita à aula tradicional e que considera não haver um controle do aprender, do pensar e dos acontecimentos. Os participantes aderiram com expressivo engajamento ao projeto que resultou em 15 obras recriadas e uma exposição multimídias em espaço público da universidade com ampla divulgação na região. A Experiência poderia ser vista como alternativa, em termos filosóficos e pedagógicos, a uma compreensão racionalizada da formação e visa contemplar demandas de formação cultural e não disciplinar do professor de matemática.