{"title":"Trajetórias de trabalho: empregos precários e inserções provisórias","authors":"Joseny Fonseca da Silva","doi":"10.1590/1980-6248-2020-0107","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Os trânsitos juvenis são significativos para pesquisar as reconfigurações que tomam corpo no mundo contemporâneo, em suas diversas esferas sociais. A juventude é o contingente social mais diretamente exposto aos dilemas de nossa sociedade, e hoje são expressivas as taxas de desemprego entre os jovens no país. Além das barreiras para ingressar e se manter em um primeiro emprego, são ainda maiores as dificuldades encontradas para permanecer em um emprego digno e protegido. Os dados também evidenciam que a informalidade se apresenta mais elevada nesse grupo quando comparado ao grupo dos adultos. Já em condição de emprego formal, é notória a presença dos jovens em ocupações de maior rotatividade e inserções provisórias. Nesse sentido, com o objetivo de desvelar os percursos laborais construídos por parte da juventude trabalhadora brasileira, este trabalho pretende, por meio de singulares trajetórias e triangulando conjuntamente com bases de dados nacionais, analisar duas formas de inserção no trabalho: o primeiro emprego por meio da lei da aprendizagem e o emprego no setor de telemarketing. Os percursos juvenis analisados contribuíram para que as formas flexíveis de emprego constituam uma porta de acesso ao exercício de uma atividade remunerada. Todavia, a grande transformação que se verifica nos últimos anos reside no fato de que tanto os empregos precários como as novas formas de subemprego – aprendizes e os operadores de telemarketing – assumem cada vez menos uma ponte para a estabilidade empregatícia. Para muitos jovens, esse tipo de trabalho deixou de ser um acontecimento biográfico pontual, passando a um modo de vida.","PeriodicalId":53251,"journal":{"name":"ProPosicoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"ProPosicoes","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1980-6248-2020-0107","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Os trânsitos juvenis são significativos para pesquisar as reconfigurações que tomam corpo no mundo contemporâneo, em suas diversas esferas sociais. A juventude é o contingente social mais diretamente exposto aos dilemas de nossa sociedade, e hoje são expressivas as taxas de desemprego entre os jovens no país. Além das barreiras para ingressar e se manter em um primeiro emprego, são ainda maiores as dificuldades encontradas para permanecer em um emprego digno e protegido. Os dados também evidenciam que a informalidade se apresenta mais elevada nesse grupo quando comparado ao grupo dos adultos. Já em condição de emprego formal, é notória a presença dos jovens em ocupações de maior rotatividade e inserções provisórias. Nesse sentido, com o objetivo de desvelar os percursos laborais construídos por parte da juventude trabalhadora brasileira, este trabalho pretende, por meio de singulares trajetórias e triangulando conjuntamente com bases de dados nacionais, analisar duas formas de inserção no trabalho: o primeiro emprego por meio da lei da aprendizagem e o emprego no setor de telemarketing. Os percursos juvenis analisados contribuíram para que as formas flexíveis de emprego constituam uma porta de acesso ao exercício de uma atividade remunerada. Todavia, a grande transformação que se verifica nos últimos anos reside no fato de que tanto os empregos precários como as novas formas de subemprego – aprendizes e os operadores de telemarketing – assumem cada vez menos uma ponte para a estabilidade empregatícia. Para muitos jovens, esse tipo de trabalho deixou de ser um acontecimento biográfico pontual, passando a um modo de vida.