{"title":"Histórias de quem quer fugir e de quem quer ficar: laços comunitários nas cambiantes periferias de São Paulo","authors":"L. Fontes","doi":"10.1590/3710902/2022","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Este texto analisa a possibilidade de formação de relações comunitárias, entendidas como experiências pessoais significativas associadas ao local de moradia, entre moradores das periferias de São Paulo em um contexto de aumento das oportunidades de mobilidade social. Para isso, foi realizada uma pesquisa multimetodológica em dois bairros periféricos da cidade. Para cada uma das três gerações são analisadas as experiências em torno dos espaços de sociabilidade, a representação da violência urbana, as dinâmicas de religiosidade e as perspectivas de mobilidade social como elementos explicativos para a formação ou não dessas relações. O artigo emprega um olhar empírico para o debate teórico a respeito das relações entre vizinhança e comunidade e para as transformações históricas ocorridas nas periferias urbanas brasileiras nas últimas décadas. Argumenta-se que a construção de discursos normalizadores, distintivos ou identitários com relação à estigmatização de territórios periféricos irá depender das experiências locais desenvolvidas em cada grupo geracional. O desejo de ficar ou fugir da periferia é lido como expressão máxima da existência ou não desse tipo de relação comunitária na vizinhança.","PeriodicalId":35414,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ciencias Sociais","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Ciencias Sociais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/3710902/2022","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Este texto analisa a possibilidade de formação de relações comunitárias, entendidas como experiências pessoais significativas associadas ao local de moradia, entre moradores das periferias de São Paulo em um contexto de aumento das oportunidades de mobilidade social. Para isso, foi realizada uma pesquisa multimetodológica em dois bairros periféricos da cidade. Para cada uma das três gerações são analisadas as experiências em torno dos espaços de sociabilidade, a representação da violência urbana, as dinâmicas de religiosidade e as perspectivas de mobilidade social como elementos explicativos para a formação ou não dessas relações. O artigo emprega um olhar empírico para o debate teórico a respeito das relações entre vizinhança e comunidade e para as transformações históricas ocorridas nas periferias urbanas brasileiras nas últimas décadas. Argumenta-se que a construção de discursos normalizadores, distintivos ou identitários com relação à estigmatização de territórios periféricos irá depender das experiências locais desenvolvidas em cada grupo geracional. O desejo de ficar ou fugir da periferia é lido como expressão máxima da existência ou não desse tipo de relação comunitária na vizinhança.
期刊介绍:
Editada por primeira vez em 1986, nove anos depois da fundação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), a Revista Brasileira de Ciências Sociais (RBCS) consolidou-se ou longo dos anos como um dos periódicos mais importantes de veiculação da produção científica de ponta nas três grandes áreas das ciências sociais (antropologia, sociologia e ciência política). É um periódico multidisciplinar no campo das ciências humanas que segue uma definição estrita de multidisciplinaridade, privilegiando contribuições substantivas em seu campo. Ocasionalmente, acolhe artigos oriundos de outras áreas, quando claramente dedicados a travar interlocução com a produção de conhecimento nas ciências sociais. Publicada ininterruptamente durante todos esses anos, nasceu e desenvolveu seu perfil editorial ao longo do tempo como periódico da Anpocs. A partir do número 90, publicado em fevereiro de 2016, passou a circular apenas em formato digital. Os artigos da revista se encontram disponíveis, em acesso aberto, tanto no SciELO quanto na página institucional da Anpocs, no canal Publicações, bem como em algumas redes acadêmicas.