Heluane Aparecida Lemos de Souza, Rosa Maria Feiteiro Cavalari
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Abstract
A relação sociedade-natureza decorre, principalmente, da concepção de natureza que construímos ou, como afirma Bornheim, do “modo como o homem torna a natureza presente” (1985, p.18). A partir de Descartes (1596-1650) e Bacon (1561-1626) o conhecimento científico passou a ter uma função intervencionista, tornando-se necessário conhecer a natureza para dominá-la. A esta perspectiva de conhecimento a “Teoria Crítica” elaborada pela Escola de Frankfurt se opõe radicalmente. Da mesma forma, afirmamos que a atual crise socioambiental não pode ser resolvida apenas por meio da ciência e da tecnologia, embora não possamos abrir mão de sua contribuição, mas torna-se, fundamentalmente, uma questão política (BORNHEIM, 1985). Neste sentido, compreendemos a Educação e a Arte, em uma perspectiva política, fundamentais para a transformação da realidade. A presente pesquisa, de abordagem qualitativa e natureza bibliográfica, tem como objetivo analisar a arte, na perspectiva de Theodor Adorno, bem como identificar possíveis contribuições para a Educação Ambiental. Compreendemos que, para Adorno, a arte é uma forma de conhecimento, que possibilita uma experiência estética, e uma práxis política. Enquanto forma de conhecimento, a arte é, dialeticamente, "mímese" e "racionalidade". Da mesma forma, é condição para o estabelecimento da “experiência estética da natureza”, que permite que esta seja compreendida como fenômeno e experienciada através da imagem. Por fim, a arte relaciona-se com a sociedade não apenas pela sua produção e origem de seu conteúdo mas, enquanto arte autônoma, ocupa posição antagônica à sociedade. A arte, tal como proposta por Adorno, nos possibilita aproximá-la da proposta de Carvalho (1989; 2006) para EA.