{"title":"Uma Vila Esclavagista: Proprietários e seus Cativos em Moçâmedes, 1855","authors":"José C. Curto","doi":"10.1590/1806-93472023v43n93-12","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Este artigo investiga proprietários de escravizados e seus bens humanos numa vila portuária fundada no sul de Angola, Moçâmedes, em meados do século XIX. Baseia-se num registro de 1855, de proprietários de escravizados e seus cativos, para compreender melhor os habitantes desta paisagem urbana costeira fundada quinze anos antes. Ao contrário da cidade imposta ao deserto por “homens” de pele clara, pintada por observadores coloniais e pós-colonialistas, esta era uma nova sociedade de fronteira construída com trabalho escravizado. Porcentagem significativa dessa terra ficou nas mãos de um grande número de proprietários individuais, enquanto a maioria foi mantida por um punhado de habitantes livres. Porém, independentemente dos seus proprietários, os indivíduos escravizados empenhavam-se numa multiplicidade de ocupações em Moçâmedes - trabalhos na agricultura, colheita de urzella, realização de ofícios de rua, pesca nos mares próximos -, o que transformou Moçâmedes numa “vila escravista”.","PeriodicalId":44557,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Historia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Historia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1806-93472023v43n93-12","RegionNum":3,"RegionCategory":"历史学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO Este artigo investiga proprietários de escravizados e seus bens humanos numa vila portuária fundada no sul de Angola, Moçâmedes, em meados do século XIX. Baseia-se num registro de 1855, de proprietários de escravizados e seus cativos, para compreender melhor os habitantes desta paisagem urbana costeira fundada quinze anos antes. Ao contrário da cidade imposta ao deserto por “homens” de pele clara, pintada por observadores coloniais e pós-colonialistas, esta era uma nova sociedade de fronteira construída com trabalho escravizado. Porcentagem significativa dessa terra ficou nas mãos de um grande número de proprietários individuais, enquanto a maioria foi mantida por um punhado de habitantes livres. Porém, independentemente dos seus proprietários, os indivíduos escravizados empenhavam-se numa multiplicidade de ocupações em Moçâmedes - trabalhos na agricultura, colheita de urzella, realização de ofícios de rua, pesca nos mares próximos -, o que transformou Moçâmedes numa “vila escravista”.
期刊介绍:
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