Juan David Miranda González, Ian Gabriel Couto Schlindwein, Lucas Polli Bueno
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Abstract
A ditadura pinochetista (1973 - 1990) produziu no Chile profundas transformações políticas, sociais, econômicas e culturais através de reformas estruturais e abusos contra os direitos humanos. Teve como objetivo “refundar” o país sob o ditame do neoliberalismo - sistema que se configura enquanto contrarevolução permanente em busca de cooptar ou eliminar práticas sociais comunitárias emancipatórias, a partir de formas de controle mais ou menos explícitas. Para essa refundação, as políticas educativas foram um pilar central, modificando especialmente a educação formal escolar. Contudo, não existiu sem processos de resistência. Um exemplo foi a gênese da Escuela Célestin Freinet, localizada na atual comuna de La Pintana, periferia de Santiago. O estudo da experiência se deu por meio de testemunhos de pessoas que fizeram parte daquele processo na década de 1980. Desta forma, o presente trabalho traz reflexões sobre a importância do resgate das memórias. Não só das recordações em si, mas também do próprio processo de rememoração das lutas cotidianas contra o poder hegemônico e das memórias que foram violentamente oficializadas. Trazer a público as vozes que ecoam as experiências é um ato político de resistência, pois se estas não são rememoradas, sistematizadas, compartilhadas e colocadas nas dinâmicas atuais, correm um grande risco de se perderem no esquecimento promovido pelas narrativas hegemônicas, apagando especialmente as lutas construídas coletivamente a partir do território, com suas dores, esperanças e revoltas.