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Abstract
O povo indígena Tremembé faz-se presente no estado do Ceará em três municípios (Acaraú, Itarema e Itapipoca), sendo uma etnia reconhecida, sobretudo, pelo seu ritual sagrado, o Torém. Assim, conduzimo-nos a realizar nesta pesquisa uma abordagem fenomenológica, a fim de desvelar a simbologia que envolve esse ritual. O emprego da fenomenologia consistiu na realização de entrevistas gravadas por meio de áudios e vídeos realizadas com nove indígenas em que tiveram liberdade de expressar-se como desejassem. Para isso, alguns questionamentos foram levantados: Quais os símbolos que envolve o ritual do Torém? Quais sentidos estésicos são atribuídos pelos Tremembé em relação a esse ritual? Quais os sentidos, os saberes e as implicações simbólicas do ritual do Torém? Objetivamos refletir sobre as simbologias e os saberes expressos no Torém, descortinando-o a partir das falas dos Tremembé. Justificamos a importância desta pesquisa indo na direção de um enfoque na visibilidade dos povos indígenas do Nordeste, além da falta de uma gama maior de pesquisas sobre o povo Tremembé. O texto, inicialmente, faz um relato histórico sobre o Torém. Posteriormente, abordarmos o percurso metodológico, os sentidos e a desvelação da simbologia no ritual. O Torém é recortado nesta escrita pelas diferentes perspectivas e olhares das falas dos sujeitos que caminham numa única direção, a qual o Torém é o logus poético e histórico da tradição étnica e dos saberes desse povo. Destarte, é notório nas falas que o Torém estende-se como um saber que atravessa as escolas indígenas dos Tremembé. Concluímos que o conhecimento simbólico discutido, bem como os conhecimentos acerca da cultura, possibilitam-nos sentidos sensíveis que ampliam as possibilidades de saberes fundamentados em uma narrativa fenomenológica. Por fim, faz-se uma breve redução fenomenológica nas considerações finais dando conta dos objetos e os atos refletidos nas essências do Torém.