INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA: O FEMINISMO NEGRO EM CIDADÃ DE SEGUNDA CLASSE, DE BUCHI EMECHETA

Abstract

Cidadã de segunda classe, de Buchi Emecheta, publicado no Brasil em 2018, é uma narrativa autobiográfica. Sendo o segundo romance da autora, parece ter sido escrito para explicar o primeiro, No fundo do poço, também publicado no Brasil em 2019. No entanto, com os devidos cuidados, deve ser tratada como ficção, uma vez que sua tessitura é dotada do aparato estético exigido pela composição do texto ficcional. E, para além disso, nos remete a questões relevantes e extremamente importantes que permeiam o feminismo negro. Temática esta que vem sendo tratada ao longo do tempo, mas ainda não encontrou equidade na igualdade propalada pela modernidade. Esta narrativa é ambientada entre a Nigéria e o Reino Unido, mas especificamente, a cidade de Londres. Nesse espaço emerge o conflito entre a submissão das mulheres negras pela tradição e a frustração com a tão sonhada modernidade, alcançada pela diáspora, por meio da discriminação. O objetivo desse trabalho é demonstrar como isso ocorre. Para fundamentação teórica, utilizaremos os estudos de BAMISILE (2012), BHABHA (1988), BOURDIEU (1999), BUTLER (2019), HALL (2003), HARRIS (2018), SPIVAK (2010), entre outros.   Palavras-chave: Autobiografia. Feminismo negro. Tradição. Modernidade. Diáspora.