{"title":"A pobreza na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora à Luz de Enrique Dussel e Paulo Freire","authors":"Mírian de Medeiros","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P217-239","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo busca refletir sobre qual o sentido da pobreza, um dos pilares da vida religiosa católica, na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS). A reflexão se faz a partir de Enrique Dussel, Paulo Freire e José M. Castillo. Os primeiros monges, por não aceitarem as “facilidades” da ordem social em que viviam, fugiram dela e optaram por viver na pobreza. Para Dussel, a América Latina foi “encoberta” e “inventada” à imagem da Europa, causando a opressão dos povos latinos até os dias de hoje. A alternativa para ele é uma práxis libertadora, apontando o profeta, o pobre de Iahweh, como aquele que luta pela destotalização do Sistema. Dussel vê a História como “lugar teológico”, apresentando Jesus de Nazaré como a irrupção de Deus na história humana, e cuja vida se perfila aos pobres do mundo frente ao Sistema. A proposta freireana é também de práxis. Ela é luta contra a Totalização do Sistema pela educação que leva à conscientização, à reflexão e à crítica da realidade, denunciando opressões e injustiças. O profeta em ambos os autores busca frear as engrenagens que negam a pessoa viver sua condição ontológica. Os primeiros monges fugiram do Sistema. Para Dussel e Freire, precisa algo mais: negar-se a alimentá-lo como forma de oposição radical. ","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Comunicacoes","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P217-239","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo busca refletir sobre qual o sentido da pobreza, um dos pilares da vida religiosa católica, na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS). A reflexão se faz a partir de Enrique Dussel, Paulo Freire e José M. Castillo. Os primeiros monges, por não aceitarem as “facilidades” da ordem social em que viviam, fugiram dela e optaram por viver na pobreza. Para Dussel, a América Latina foi “encoberta” e “inventada” à imagem da Europa, causando a opressão dos povos latinos até os dias de hoje. A alternativa para ele é uma práxis libertadora, apontando o profeta, o pobre de Iahweh, como aquele que luta pela destotalização do Sistema. Dussel vê a História como “lugar teológico”, apresentando Jesus de Nazaré como a irrupção de Deus na história humana, e cuja vida se perfila aos pobres do mundo frente ao Sistema. A proposta freireana é também de práxis. Ela é luta contra a Totalização do Sistema pela educação que leva à conscientização, à reflexão e à crítica da realidade, denunciando opressões e injustiças. O profeta em ambos os autores busca frear as engrenagens que negam a pessoa viver sua condição ontológica. Os primeiros monges fugiram do Sistema. Para Dussel e Freire, precisa algo mais: negar-se a alimentá-lo como forma de oposição radical.