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Abstract
O objetivo deste artigo é debater aspectos, relações e sentidos que limitam a participação de crianças e adolescentes na produção de saberes a partir da educação popular. Para tanto, somamo-nos à “crítica do saber” em torno da questionável neutralidade-objetividade das ciências, seus modos de legitimação e suas fronteiras para a participação infantojuvenil. Conceber as crianças e os adolescentes como seres de existência plena implica importantes desafios, visto que esses sujeitos tendem a ser negligenciados como seres de cultura, saber e educação, além de invisibilizados em escritos acadêmicos sobre suas famílias e suas comunidades. Além disso, nos processos de pesquisa, são subalternizados pela tutela do adulto como parte de uma regulamentação especial dos Comitês de Ética em Pesquisa voltada à proteção desse grupo, mas que acaba por silenciar suas vozes e comprometer sua autonomia. Torna-se fundamental aprofundar esse debate sob a perspectiva das epistemologias críticas e emergentes para além de um eixo ético-legal capaz de vislumbrar crianças e adolescentes como sujeitos plenos. Nesse caminho, as pedagogias freirianas possibilitam reflexões potentes ao reconhecer tais indivíduos como seres humanos em sua totalidade, capazes de criar e transformar saberes necessários à produção de conhecimento democrático.