{"title":"O corpo ausente: a pesquisa educacional em tempos de pandemia (2020-2021)","authors":"C. F. R. G. Vinci, Lidia Vasconcelos Rodrigues","doi":"10.18764/2358-4319v15n1.2022.13","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Esse estudo almeja mensurar a produção educacional interessada em discutir os impactos do modelo remoto de ensino, considerando os artigos publicados ao longo do intervalo 2020 e 2021 em periódicos alocados nos estratos A1 e A2 da tabela Qualis-CAPES. Parte-se da seguinte hipótese, aventada por Nikolas Rose e Francisco Ortega: assistimos nas últimas décadas a uma mudança de paradigmas em relação ao nosso corpo que, de mero invólucro de algo maior – a consciência ou a alma –, transmutou-se em um signo privilegiado de identidade, gerando toda uma cultura voltada ao aprimoramento de nossas potências corpóreas. Em decorrência dessa mudança, diversos discursos que tomam o corpo como objeto, mormente aqueles ligados a neurociências, ganharam fôlego e impactaram o campo dos estudos pedagógicos. Desse modo, propomos investigar a seguinte problemática: qual papel restou ao corpo, bem como aos discursos neuropedagógicos que o tomavam como objeto de ação, dentro da produção pedagógica surgida no período pandêmico? Por meio de um inventário discursivo, alinhada aos pressupostos defendidos por Michel Foucault, a partir dos artigos publicados nesse período e que levam em consideração a atual conjuntura, foi possível averiguar que a preocupação com o corpo desapareceu, cedendo espaço para uma discussão em relação a necessidade de ressignificarmos a tarefa de educar as novas gerações.","PeriodicalId":32124,"journal":{"name":"Revista Educacao e Emancipacao","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Educacao e Emancipacao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18764/2358-4319v15n1.2022.13","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Esse estudo almeja mensurar a produção educacional interessada em discutir os impactos do modelo remoto de ensino, considerando os artigos publicados ao longo do intervalo 2020 e 2021 em periódicos alocados nos estratos A1 e A2 da tabela Qualis-CAPES. Parte-se da seguinte hipótese, aventada por Nikolas Rose e Francisco Ortega: assistimos nas últimas décadas a uma mudança de paradigmas em relação ao nosso corpo que, de mero invólucro de algo maior – a consciência ou a alma –, transmutou-se em um signo privilegiado de identidade, gerando toda uma cultura voltada ao aprimoramento de nossas potências corpóreas. Em decorrência dessa mudança, diversos discursos que tomam o corpo como objeto, mormente aqueles ligados a neurociências, ganharam fôlego e impactaram o campo dos estudos pedagógicos. Desse modo, propomos investigar a seguinte problemática: qual papel restou ao corpo, bem como aos discursos neuropedagógicos que o tomavam como objeto de ação, dentro da produção pedagógica surgida no período pandêmico? Por meio de um inventário discursivo, alinhada aos pressupostos defendidos por Michel Foucault, a partir dos artigos publicados nesse período e que levam em consideração a atual conjuntura, foi possível averiguar que a preocupação com o corpo desapareceu, cedendo espaço para uma discussão em relação a necessidade de ressignificarmos a tarefa de educar as novas gerações.