Catarina Pinto-Silva, Ana Correia-Costa, Cláudia Moura, Cláudia Mota, A. Guerra, José Carlos Areias, Franz Schaefer, Alberto Caldas Afonso, Elke Wühl, Ana Azevedo, Liane Correia-Costa
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Abstract
Resumo Introdução: Acredita-se que a obesidade desempenhe um papel na desregulação da ritmicidade cardíaca em crianças obesas, mas esse é um campo de investigação ainda pouco explorado. O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto do sobrepeso e da obesidade na ritmicidade cardiovascular circadiana e ultradiana de crianças pré-púberes, em comparação com crianças com peso normal. Métodos: Realizamos um estudo transversal com 316 crianças, acompanhadas na coorte de nascimentos Geração XXI (Portugal). Foram medidos dados antropométricos e a pressão arterial ambulatorial de 24 horas, e os perfis foram examinados com uma análise de Fourier para ritmos circadianos e ultradianos de pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). Resultados: Crianças com sobrepeso/obesidade apresentaram mais frequentemente um padrão de PA não-dipper em comparação com crianças com peso normal (31,5% vs. 21,6%; p = 0,047). A prevalência da pressão arterial média (PAM) de 24 horas e da ritmicidade da FC de 8 horas foi significativamente menor em crianças obesas (79,3% vs. 88,0%; p = 0,038 e 33,3% vs. 45,2%; p = 0,031, respectivamente). A prevalência das restantes ritmicidades da PAM e da FC foi semelhante em ambos os grupos. Não foram encontradas diferenças nos valores medianos das amplitudes e acrofases dos ritmos de PAM e FC. Discussão: As alterações encontradas na ritmicidade sugerem que a análise da ritmicidade circadiana e ultradiana pode ser sensível na detecção de desregulações cardiovasculares precoces, mas são necessários novos estudos para reforçar nossos achados e entender melhor suas implicações a longo prazo.