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Abstract
Neste artigo o autor desenvolve um pensamento litúrgico-teológico que envolve conteúdo e formas metodológicas visando propor a criação de uma teologia litúrgica da libertação. A teologia da libertação latino-americana forjou um vasto campo de conhecimento teológico, mas nunca esteve plenamente interessada no campo da liturgia. Para preencher esse vazio, o autor propõe pensar a teologia da libertação a partir de uma práxis litúrgica, ou seja, como a vida toda dos pobres, se vivida toda na prática litúrgica pode se tornar o primeiro passo da teologia, fazendo assim o pensamento litúrgico/teológico o segundo ato teológico. Para isso, é preciso se refazer o entendimento da liturgia para que ela não seja somente o lugar da repetição da tradição, mas fundamentalmente o lugar onde a vida toda é vivida em cantos, orações e rituais que vão para além da tradição e também assumem o cotidiano e as crenças populares. Se a liturgia se torna a ritualização sagrada do que se vive amplamente no cotidiano, a partir das experiências todas de vida e de morte, a correlação entre a práxis/pensamento litúrgico e o pensamento/práxis teológico acaba por refletir o povo que vive e inventa a vida com Deus. No cerne dessa teologia litúrgica se encontra o corpo, microcosmo da terra e do universo, um mundo entre tantos mundos intermediários e relações complexas. O articular essa lacuna, depois de 50 anos de história da teologia da libertação latino-americana, mostra ser essa teologia vital, e ainda mais necessária para os nossos tempos.