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Abstract
O corpo feminino em fase de envelhecimento é duplamente alvo das formas de controle, uma vez que tanto os corpos femininos quanto os corpos velhos encontram-se situados no interior de uma rede de poderes que lhes impõe limitações, proibições e/ou obrigações. Trata-se de corpos constantemente submetidos a uma forma de poder, à qual Bourdieu (2012) atribui a noção de violência simbólica, exercida pelas estruturas de dominação, que acabam por orientar as práticas sociais. Assim, a partir das considerações em torno da dualidade público/privado (BIROLI, 2014a, 2014b, 2015), este artigo busca analisar a condição feminina na velhice, as relações familiares e a temática da maternidade representadas no romance Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende (2014), a fim de demonstrar como a atuação da violência simbólica sobre o corpo feminino em fase de envelhecimento é naturalizada e sistematicamente reproduzida. Através deste estudo, procurei apresentar o modo como o romance possibilita repensarmos a velhice feminina para além dos estereótipos e preconceitos existentes, na medida em que rompe com estruturas socioculturais e discursivas dominantes, fazendo ecoar um tipo de voz contracultural, capaz de produzir novos valores e novas formas de pensar o feminino e a velhice.