{"title":"realidade dos deuses e das deusas","authors":"C. E. Calvani","doi":"10.34019/2236-6296.2022.v25.38621","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O título dessa aula é balizado por três palavras-chave: realidade, deuses/as e imaginário. O objetivo é levar estudantes que se iniciam em Ciências da Religião, principalmente graduandos, mas também pós-graduandos oriundos de outras áreas, a compreender um dado simples, mas fundamental: para cada fiel, o seu deus/a é o mais real de todos. São reais no imaginário religioso! Quando faço essa afirmação em sala de aula, invariavelmente alguém comenta: “então, não são reais!”, e eu respondo: “são reais, porque o imaginário religioso é real, assim como todo imaginário é real”. A teoria dos imaginários pode nos ajudar a compreender o universo das linguagens religiosas e o texto oferece informações inicias a quem se interessar pelo assunto. A parte final defende que a palavra realidade deve ser compreendida do modo mais abrangente possível, e não pode ser restrita ao mundo material porque o real comporta o fabuloso, e tudo o que se insere na esfera do sagrado. Em outras palavras, o real permanece real, mesmo que você não admita sua realidade. Alguns setores do mundo acadêmico são muito ingênuos ao julgar-se capaz de convencer ou alterar o imaginário popular a partir de sólidas exposições racionais e argumentos baseados apenas em pesquisas empíricas que nunca saem do círculo das ciências ditas “naturais”. O que chamamos “fatos” ou “razão” são argumentos muito frágeis perante o poder do imaginário. O imaginário, enquanto sistema dinâmico de ideias-imagens de representações coletivas é reflexo do real e, ao mesmo tempo, o outro lado do real, o lado oculto do real.","PeriodicalId":45187,"journal":{"name":"NUMEN-INTERNATIONAL REVIEW FOR THE HISTORY OF RELIGIONS","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.7000,"publicationDate":"2022-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"NUMEN-INTERNATIONAL REVIEW FOR THE HISTORY OF RELIGIONS","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/2236-6296.2022.v25.38621","RegionNum":2,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q1","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O título dessa aula é balizado por três palavras-chave: realidade, deuses/as e imaginário. O objetivo é levar estudantes que se iniciam em Ciências da Religião, principalmente graduandos, mas também pós-graduandos oriundos de outras áreas, a compreender um dado simples, mas fundamental: para cada fiel, o seu deus/a é o mais real de todos. São reais no imaginário religioso! Quando faço essa afirmação em sala de aula, invariavelmente alguém comenta: “então, não são reais!”, e eu respondo: “são reais, porque o imaginário religioso é real, assim como todo imaginário é real”. A teoria dos imaginários pode nos ajudar a compreender o universo das linguagens religiosas e o texto oferece informações inicias a quem se interessar pelo assunto. A parte final defende que a palavra realidade deve ser compreendida do modo mais abrangente possível, e não pode ser restrita ao mundo material porque o real comporta o fabuloso, e tudo o que se insere na esfera do sagrado. Em outras palavras, o real permanece real, mesmo que você não admita sua realidade. Alguns setores do mundo acadêmico são muito ingênuos ao julgar-se capaz de convencer ou alterar o imaginário popular a partir de sólidas exposições racionais e argumentos baseados apenas em pesquisas empíricas que nunca saem do círculo das ciências ditas “naturais”. O que chamamos “fatos” ou “razão” são argumentos muito frágeis perante o poder do imaginário. O imaginário, enquanto sistema dinâmico de ideias-imagens de representações coletivas é reflexo do real e, ao mesmo tempo, o outro lado do real, o lado oculto do real.
期刊介绍:
Numen publishes papers representing the most recent scholarship in all areas of the history of religions. It covers a diversity of geographical regions and religions of the past as well as of the present. The approach of the journal to the study of religion is strictly non-confessional. While the emphasis lies on empirical, source-based research, typical contributions also address issues that have a wider historical or comparative significance for the advancement of the discipline. Numen also publishes papers that discuss important theoretical innovations in the study of religion and reflective studies on the history of the discipline.