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Abstract
A possibilidade de um senso comum sobre o que seria a água foi possível graças ao reducionismo promovido pela modernidade em uma forma discreta: H2O. Questionar essa concepção única da água, reproduzida nos estudos de recursos hídricos e sua governança, em detrimento das suas múltiplas ontologias, foi o ponto de partida deste artigo. A partir das reflexões realizadas pela Ecologia Política e o conceito de ciclo hidrossocial – que surge em contraposição à naturalização do ciclo hidrológico – acerca das múltiplas relações socionaturais que constituem a água, é proposta uma estrutura de análise que visa possibilitar a apreensão do ciclo hidrossocial no tempo e espaço, ou seja, a sua aplicação nos estudos de caso. A reflexão de uma natureza híbrida da água, que contemplam as interações entre agências humanas e não-humanas, provoca um olhar crítico em relação ao reducionismo moderno sobre a água, atentando-nos à necessidade de incluir outras práticas e epistemes, que possibilite uma perspectiva plural sobre a questão.