Uso do sirolimo como terapia adjuvante para receptores de transplante renal com carcinoma espinocelular cutâneo de alto risco: um estudo prospectivo controlado não randomizado
Marina Rezende de Fázio, M. Cristelli, Jane Tomimori, Carlos Eiji Koga, M. Ogawa, Giovanni Tani Beneventi, Helio Tedesco-Silva, J. Medina-Pestana
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Abstract
RESUMO Introdução: Pesquisas anteriores demonstraram benefícios da conversão tardia para inibidores de mTOR contra carcinomas espinocelulares cutâneos (CECs) em receptores de transplante renal (RTR), apesar da baixa tolerabilidade. Este estudo investigou se a conversão gradual para monoterapia com sirolimo sem dose de ataque modificou o curso da doença com melhor tolerabilidade. Métodos: Esse estudo prospectivo exploratório incluiu RTR não sensibilizados com mais de 12 meses pós-transplante, uso contínuo de terapia imunossupressora baseado em inibidor de calcineurina (CNI) associado a micofenolato de sódio ou azatioprina, com lesões de CECs de mau prognóstico. Comparou-se densidades de incidência de CECs de alto risco durante 3 anos após conversão para monoterapia com sirolimo à um grupo não randomizado com CECs classificados conforme os mesmos critérios de gravidade do grupo sirolimo, mas inadequado/não disposto à conversão. Resultados: Foram incluídos 44 pacientes (83% homens, idade média 60 ± 9,7 anos, 62% com fototipo de pele II, tempo médio pós-transplante 9 ± 5,7 anos). 25 pacientes foram convertidos para SRL e 19 indivíduos mantidos em CNI. Foi observado tendência de diminuição da densidade de incidência de todos CECs no grupo SRL e de aumento no grupo CNI (1,49 a 1,00 lesões/paciente-ano; 1,74 a 2,08 lesões/paciente-ano; p = 0,141). A densidade de incidência de lesões moderadamente diferenciadas diminuiu significativamente no grupo SRL enquanto aumentou significativamente no grupo CNI (0,31 a 0,11 lesões/paciente-ano; 0,25 a 0,62 lesões/paciente-ano; p = 0,001). No grupo SRL não houve descontinuação do sirolimo, nenhum episódio de rejeição aguda e nenhuma formação de DSA de novo. Função renal permaneceu estável. Conclusões: Esse estudo sugere que a monoterapia com sirolimo pode ser útil como terapia adjuvante de CECs de alto risco em RTR. A estratégia de conversão usada foi bem tolerada e segura em relação aos principais desfechos do transplante a médio prazo.