O Tratado de Saint-Germain-en-Laye e os efeitos do instituto da "opção" sobre a condição jurídica dos descendentes de cidadãos austríacos trentino-tirolêses
{"title":"O Tratado de Saint-Germain-en-Laye e os efeitos do instituto da \"opção\" sobre a condição jurídica dos descendentes de cidadãos austríacos trentino-tirolêses","authors":"Arno Dal Ri Jr., Andrey José Taffner Fraga","doi":"10.5102/rdi.v18i1.7287","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O processo de nacionalização dos habitantes de territórios anexados pela Itália antes pertencentes ao Império austro-húngaro tem como premissa o instituto da “opção”, que se encontra regulamentado nos artigos 70 a 82 do Tratado de Saint-Germain-en-Laye, um dos documentos que encerrou a Primeira Guerra Mundial. Neste, subsistia a necessidade de realização – no prazo de um ano –, de manifestação explícita em favor da manutenção da nacionalidade austríaca para os que residiam nos territórios anexados e possuíam a “pertinenza/heimatrecht” nos termos do Tratado, e na possibilidade de opção pela nacionalidade italiana, aos que haviam emigrado de tais territórios ainda como austríacos. O presente estudo, através dos métodos de análise empírica e de historiografia jurídica e de técnicas de pesquisa sobretudo bibliográficas, examinará aspectos da condição jurídica dos descendentes de emigrantes originários de tais territórios e que não realizaram a “opção”, assim como as consequências jurídicas de sua ausência, em particular a isenção de responsabilidade internacional do Estado italiano e do nascente Estado republicano austríaco no que concerne a tais indivíduos. Conclui-se que os descendentes destes emigrados foram privados do reconhecimento de ambas as nacionalidades através do critério do ius sanguinis, permanecendo na condição jurídica de estrangeiros em relação a ambos os países até a emanação da Lei italiana n. 379, de 2000. O trabalho assim contribui para a compreensão de institutos de interesse (e pouco debatidos) para grande parcela da população brasileira, visto que a colonização trentino-tirolesa foi expressiva no país.","PeriodicalId":37377,"journal":{"name":"Brazilian Journal of International Law","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-08-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of International Law","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5102/rdi.v18i1.7287","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O processo de nacionalização dos habitantes de territórios anexados pela Itália antes pertencentes ao Império austro-húngaro tem como premissa o instituto da “opção”, que se encontra regulamentado nos artigos 70 a 82 do Tratado de Saint-Germain-en-Laye, um dos documentos que encerrou a Primeira Guerra Mundial. Neste, subsistia a necessidade de realização – no prazo de um ano –, de manifestação explícita em favor da manutenção da nacionalidade austríaca para os que residiam nos territórios anexados e possuíam a “pertinenza/heimatrecht” nos termos do Tratado, e na possibilidade de opção pela nacionalidade italiana, aos que haviam emigrado de tais territórios ainda como austríacos. O presente estudo, através dos métodos de análise empírica e de historiografia jurídica e de técnicas de pesquisa sobretudo bibliográficas, examinará aspectos da condição jurídica dos descendentes de emigrantes originários de tais territórios e que não realizaram a “opção”, assim como as consequências jurídicas de sua ausência, em particular a isenção de responsabilidade internacional do Estado italiano e do nascente Estado republicano austríaco no que concerne a tais indivíduos. Conclui-se que os descendentes destes emigrados foram privados do reconhecimento de ambas as nacionalidades através do critério do ius sanguinis, permanecendo na condição jurídica de estrangeiros em relação a ambos os países até a emanação da Lei italiana n. 379, de 2000. O trabalho assim contribui para a compreensão de institutos de interesse (e pouco debatidos) para grande parcela da população brasileira, visto que a colonização trentino-tirolesa foi expressiva no país.
期刊介绍:
The Brazilian Journal of International Law (RDI) was created as a tool for select and publish academic papers related to issues addressed by public and private international law. The Journal has a good ranking according with the Brazilian system (Qualis A1). In the quest for development and construction of critical views about international law, the Brazilian Journal of International Law has two main focus: 1. International protection of the human person: covers issues related to international environmental law, humanitarian law, internationalization of law, in addition to research on the evolution of the law of treaties as a way of expanding the contemporary international law. 2. System of legal integration: regional integration (European Union, Mercorsur, NAFTA, ASEAN), sectoral integration (WTO, ICSID), and others. Thematic issues: We intend to publish thematic issues. It aims to increase interest in the journal and its impact on the area. We apologize to the authors, but articles on other subjects will not be accepted or should expect the numbers on topics related to being appreciated.