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Abstract
Como é amplamente reconhecido, a afirmação de que “crente não se mete em política” é coisa do passado, pois hoje há uma forte presença das igrejas pentecostais na esfera sociopolítica, inclusive partidária. Porém, esta participação pentecostal opera com categorias maniqueístas de pensamento, assim como a partir da noção de “batalha espiritual” e da noção do demoníaco, que de certa forma não ajuda no exercício da cidadania. Como caminho metodológico se recorrerá principalmente à reflexão de Amos Yong, importante teólogo pentecostal que tem se ocupado com a interface entre fé pentecostal e esfera pública. O presente artigo defende a legitimidade da participação sociopolítica das igrejas, mas também que o seu aperfeiçoamento passa pela ampliação da sua noção de demoníaco, principalmente na esfera sociopolítica. O autor defende que as igrejas pentecostais precisam desenvolver uma ética teológica voltada para a esfera pública. Esta seria caracterizada pela humildade, consciência da presença da ambiguidade no seio pentecostal e agenda política compatível com o Estado Democrático de Direito.