Breno Martins Campos, Ceci Maria Costa Baptista Mariani
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Abstract
A resistência à mística no protestantismo histórico brasileiro pode ser observada na realidade da maior parte de suas igrejas e denominações. Na contramão desse modelo hegemônico, este artigo traz à memória a fi gura de Rubem Alves como um autor que enriqueceu a tradição teológica latino-americana da libertação com uma obra que pode ser considerada teopoética. Em sua vertente mística, a teologia do protestante Rubem Alves encontrou na poesia a forma privilegiada de expressão, a linguagem que propicia a expressão da experiência espiritual do mistério que se dá no corpo. A mística que se encontra na teopoética de Rubem Alves caracteriza-se por uma maneira interessante de lidar com o desejo: sem negar o corpo, entende que a realização humana supõe uma ascese do desejo, isto é, um processo em que a vivência de si como ser desejante encontra-se sempre tensionada pela percepção do Vazio originário, o Mistério inefável e inominável que habita a profundidade do humano, o fundo da alma. Para alcançar a dimensão que a discussão merece e para atingir os objetivos epistemológicos propostos, este artigo, situado no âmbito da pesquisa sobre a linguagem da experiência religiosa, especificamente relacionada à compreensão da mística como crítica, utiliza-se de abordagem teórica e qualitativa, e se fundamenta no levantamento e estudo bibliográficos e seus suportes.