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Abstract
Na formação social atual, dominada pelo capitalismo em sua versão neoliberal, notícias referentes a práticas de reprodução da violência contra a mulher têm se tornado frequentes. Essas práticas ganham diferentes formas, sendo possível, inclusive, observar a reprodução dessa violência através do discurso humorístico, naturalizado socialmente como espaço onde tudo pode ser dito. Tomamos como centro da nossa discussão sobre a relação entre violência contra a mulher e discurso um vídeo produzido por um humorista brasileiro, no qual, através do modo riso, coloca em circulação discursos que mantém a relação de dominação calcada na diferença entre homem e mulher. O presente estudo apresenta como objetivo principal refletir sobre a relação entre humor, violência contra a mulher e funcionamento discursivo, tendo como objeto o vídeo produzido por Danilo Gentili em resposta à deputada Maria do Rosário. Para a discussão, mobilizamos autores de diferentes campos do conhecimento, os quais trabalham teoricamente com a questão da violência, para, em diálogo com o material de análise, desenvolver uma concepção discursiva sobre a opressão de gênero, em relação com as modalidades de subjetivação propostas por Michel Pêcheux. Tal proposta se alinha à questão mais ampla colocada em jogo no estudo, a saber, a forma naturalizada como discursos discriminatórios (e, portanto, violentos) são colocados em circulação na formação social brasileira. Apesar das diferentes opressões a que as mulheres são submetidas, entendemos que a resistência ainda é possível de ocorrer, através de diferentes práticas que permitem a reivindicação pelo fim das diferentes violências que circundam o ser mulher nesta sociedade.
在当前由资本主义新自由主义版本主导的社会形态中,关于再现暴力侵害妇女行为的新闻变得频繁。这些做法有不同的形式,甚至可以通过幽默话语来观察这种暴力的再现,这种幽默话语被社会化为一个可以说一切的空间。我们以一位巴西幽默作家制作的一段视频作为讨论暴力侵害妇女行为与话语之间关系的中心,在视频中,通过大笑模式,将基于男女差异的维持统治关系的话语放入循环中。本研究的主要目的是反思幽默、暴力侵害妇女行为和话语功能之间的关系,以Danilo Gentili为对象制作的回应Maria do Rosário副手的视频。在讨论中,我们动员了来自不同知识领域的作者,他们在理论上研究暴力问题,以便在与分析材料的对话中,根据米歇尔·佩切提出的主观主义模式,形成一个关于性别压迫的话语概念。这一建议与研究中提出的更广泛的问题一致,即歧视性(因此是暴力)话语在巴西社会形态中传播的自然化方式。尽管妇女受到不同的压迫,但我们明白,抵抗仍然有可能发生,因为不同的做法允许要求结束在这个社会中作为一名妇女所面临的不同暴力。