{"title":"Cidadãos, mídia social e ciência: a Ciência Cidadã como ferramenta de engajamento público na pesquisa com cetáceos","authors":"Liliane Lodi, Guilherme Maricato, Pâmela Mathias","doi":"10.5380/dma.v61i0.80466","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Ciência Cidadã reúne o interesse dos pesquisadores em obter dados e a disponibilidade do público em produzi-los, favorecendo uma relação recíproca entre academia e sociedade. Essa parceria entre especialistas e público leigo permite o incremento de dados que são incorporados na produção de conhecimento. Este estudo destaca a eficácia da pesquisa colaborativa, por meio de uma rede de voluntários que tem um papel importante na obtenção de dados sobre a ocorrência de cetáceos em águas costeiras do estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil. As informações foram coletadas a partir de dados inseridos em um grupo da rede social, Facebook, denominado por “Onde estão as Baleias e os Golfinhos?” entre os anos de 2015 e 2019. Um bom diagnóstico para programas de Ciência Cidadã deve contemplar o levantamento de indicadores demográficos sobre as características de seus voluntários. Foi identificada uma maior adesão dos membros do grupo em janeiro, durante o recesso estudantil no Brasil, e no verão, quando a costa é mais frequentada para atividades de recreação e lazer. Os seguidores do grupo são principalmente brasileiros (96,4%), naturais do estado do Rio de Janeiro (49,3%), com maior frequência do gênero feminino (65,0%) e com perfil profissional relacionado às Ciências Ambientais (34,9%). Das informações postadas no grupo, foram registradas 315 avistagens de oito espécies de cetáceos. A popularidade desses animais, como fauna marinha carismática, parece facilitar a disponibilidade das pessoas em contribuir para a aquisição e aperfeiçoamento do conhecimento das espécies. As informações dos voluntários tanto podem complementar os registros feitos por pesquisadores quanto corroborar resultados já obtidos.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.4000,"publicationDate":"2023-04-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/dma.v61i0.80466","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"ENVIRONMENTAL STUDIES","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A Ciência Cidadã reúne o interesse dos pesquisadores em obter dados e a disponibilidade do público em produzi-los, favorecendo uma relação recíproca entre academia e sociedade. Essa parceria entre especialistas e público leigo permite o incremento de dados que são incorporados na produção de conhecimento. Este estudo destaca a eficácia da pesquisa colaborativa, por meio de uma rede de voluntários que tem um papel importante na obtenção de dados sobre a ocorrência de cetáceos em águas costeiras do estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil. As informações foram coletadas a partir de dados inseridos em um grupo da rede social, Facebook, denominado por “Onde estão as Baleias e os Golfinhos?” entre os anos de 2015 e 2019. Um bom diagnóstico para programas de Ciência Cidadã deve contemplar o levantamento de indicadores demográficos sobre as características de seus voluntários. Foi identificada uma maior adesão dos membros do grupo em janeiro, durante o recesso estudantil no Brasil, e no verão, quando a costa é mais frequentada para atividades de recreação e lazer. Os seguidores do grupo são principalmente brasileiros (96,4%), naturais do estado do Rio de Janeiro (49,3%), com maior frequência do gênero feminino (65,0%) e com perfil profissional relacionado às Ciências Ambientais (34,9%). Das informações postadas no grupo, foram registradas 315 avistagens de oito espécies de cetáceos. A popularidade desses animais, como fauna marinha carismática, parece facilitar a disponibilidade das pessoas em contribuir para a aquisição e aperfeiçoamento do conhecimento das espécies. As informações dos voluntários tanto podem complementar os registros feitos por pesquisadores quanto corroborar resultados já obtidos.