{"title":"Enunciados LGBTQIA+(fóbicos) em ambiente digital","authors":"F. Guerra, Márcia Helena de Melo Pereira","doi":"10.15448/1984-7726.2022.1.43324","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Hodiernamente, temos acompanhado acréscimos significativos sofridos pelas tecnologias de comunicação ao longo dos anos, principalmente com o advento da Internet. Esses acréscimos viabilizaram uma maior complexidade no modo como interagimos em contextos sociais específicos, a exemplo das redes sociais virtuais, que nos possibilitam tratar dos mais diversos temas. Tendo isso em vista, decidimos analisar o fenômeno do enunciado no Facebook, verificando um post da rede social em questão que apresentasse discurso LGBTQIA+(fóbico), uma vez que essa pauta ainda é um tabu no Brasil e no mundo. Nosso objetivo foi analisar quais vozes sociais (re)soavam em uma publicação dessa natureza, lançando um olhar tanto para postagem quanto para os seus comentários (incluindo réplicas e tréplicas). Para isso, fundamentamo-nos, basilarmente, nos pressupostos teóricos elaborados por Bakhtin (2015, 2016) e Volóchinov (2018) acerca dos enunciados relativamente estáveis, do heterodiscurso dialogizado e do dialogismo. A análise e discussão dos dados nos revelou que o gênero post de Facebook é capaz de apresentar um enunciado cheio de vozes sociais que figuram nos mais diversos setores do cenário político-ideológico do Brasil. Vimos que o heterodiscurso pode se materializar não só na postagem em si, mas também nos comentários on-line presentes em uma publicação, local onde o “ouvinte” transita pela função de “falante” e dialoga com participantes da situação comunicativa e com a temática do post. Além disso, percebemos que o trabalho de integrantes/simpatizantes do movimento LGBTQIA+ é árduo e frequente, pois há sempre discursos arregimentadores, que embasam/fortalecem discursos de ódio à comunidade LGBTQIA+, a serem combatidos. ","PeriodicalId":42440,"journal":{"name":"Letras de Hoje-Estudos e Debates em Linguistica Literatura e Lingua Portuguesa","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Letras de Hoje-Estudos e Debates em Linguistica Literatura e Lingua Portuguesa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/1984-7726.2022.1.43324","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Hodiernamente, temos acompanhado acréscimos significativos sofridos pelas tecnologias de comunicação ao longo dos anos, principalmente com o advento da Internet. Esses acréscimos viabilizaram uma maior complexidade no modo como interagimos em contextos sociais específicos, a exemplo das redes sociais virtuais, que nos possibilitam tratar dos mais diversos temas. Tendo isso em vista, decidimos analisar o fenômeno do enunciado no Facebook, verificando um post da rede social em questão que apresentasse discurso LGBTQIA+(fóbico), uma vez que essa pauta ainda é um tabu no Brasil e no mundo. Nosso objetivo foi analisar quais vozes sociais (re)soavam em uma publicação dessa natureza, lançando um olhar tanto para postagem quanto para os seus comentários (incluindo réplicas e tréplicas). Para isso, fundamentamo-nos, basilarmente, nos pressupostos teóricos elaborados por Bakhtin (2015, 2016) e Volóchinov (2018) acerca dos enunciados relativamente estáveis, do heterodiscurso dialogizado e do dialogismo. A análise e discussão dos dados nos revelou que o gênero post de Facebook é capaz de apresentar um enunciado cheio de vozes sociais que figuram nos mais diversos setores do cenário político-ideológico do Brasil. Vimos que o heterodiscurso pode se materializar não só na postagem em si, mas também nos comentários on-line presentes em uma publicação, local onde o “ouvinte” transita pela função de “falante” e dialoga com participantes da situação comunicativa e com a temática do post. Além disso, percebemos que o trabalho de integrantes/simpatizantes do movimento LGBTQIA+ é árduo e frequente, pois há sempre discursos arregimentadores, que embasam/fortalecem discursos de ódio à comunidade LGBTQIA+, a serem combatidos.