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Abstract
Neste artigo pretende-se apresentar uma outra leitura sobre as questões éticas – hospitalidade, acolhimento, justiça – sob a perspectiva do impossível: uma ética do impossível. Através de uma análise interpretativa de algumas das obras de Jacques Derrida, a perspectiva da Ética do impossível, aqui apresentada, perpassa o questionamento sobre uma tal ausência que permita manter o outro inacessível ou, como ‘condição’ de im/possibilidade da relação com o outro; também denominada como ‘uma relação sem relação’ para além do presente ou da mera aparência. Assim, a possibilidade da uma presença plena é colocada em questão. Adverte-se que este pensamento não nega a presença do outro, mas coloca em questão a supremacia dada à presença na tradição filosófica, em detrimento da ausência. Do mesmo modo, não se pretende uma inversão dos termos – a ausência em supremacia à presença –, mas uma alternância dos termos, um jogo entre ausência e presença no agir frente ao outro. A responsabilidade perante o outro não como imposição ou à força, mas como abertura e acolhimento ao cada vez outro. A cada vez outro, pois ultrapassa o tempo presente para o tempo porvir, sempre porvir, uma disjunção do tempo entre o que se ausenta e se apresenta sem totalizar de antemão.