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Abstract
No presente ensaio, analisamos como a obra Ya Maryam ‘Ave Maria’, de Sinan Antoon (2012), por meio da memória de seus personagens se propõe a reconstruir fragmentos da história do Iraque e entender seus desdobramentos, os quais resultaram na desintegração país. Neste romance, o autor iraquiano e cristão tece a realidade de uma típica família bagdali e dá voz à minoria cristã, vítima do sectarismo perpetrado pela intolerância religiosa desde o regime ditatorial que se impôs no país com a ascensão de Saddam Hussein, no ano de 1979. Nesta intervenção artística, que toma forma a partir da memória de dois sujeitos que representam gerações diferentes, Antoon nos coloca no espaço ideal para que versões de uma mesma história sejam confrontadas, pois narrada sob perspectivas diferentes, torna-se um exercício valioso de reflexão sobre a política da memória e seus efeitos vertiginosos na sociedade, já que desestabiliza certezas e imagens estáveis do passado.