O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto. 2021 (Coleção repensando o ensino), BITTENCOURT, Circe (org)

IF 0.1 Q4 EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH
Dialogia Pub Date : 2023-08-18 DOI:10.5585/45.2023.24084
Mislene Inocêncio Pereira, Maurício Pedro da Silva
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Professora doutora dos programas de pós-graduação da Faculdade de educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), Circe Bittencourt é pesquisadora do ensino de História e tem sua trajetória acadêmica vinculada à área de História. \n            É consenso entre os autores da obra, a afirmativa de que os saberes históricos em sala de aula passam por transformações consideráveis na atualidade, principalmente no que tange aos novos métodos e conteúdos, impulsionados pelas leis 10.639/03 e 11.645/08 que alteraram a LDB 96, tornando obrigatório o ensino afro indígena nas escolas de educação básica do Brasil. O alcance dessas transformações e a continuidade do conhecimento histórico, da documentação, das diretrizes educacionais (currículo pré-ativo) e do currículo real (currículo ativo), ou seja, algumas das ações para que essa demanda seja cumprida, são objetos de estudo desta obra.\n            Para desvendar as cisões e os conflitos entre o currículo pré-ativo (aquele regido pelas leis educacionais) e o ativo (o que trata da realidade em sala de aula), é preciso associá-los aos contextos históricos que lhes definiram. O primeiro contexto, tem seu foco nos tempos da ditadura militar no Brasil a constituição de seus conceitos fundamentais, regidos pela ideia de Estado-nação e de preparação do aluno para a condição de cidadão político, aquele que respeita o estado em sua supremacia, como organizador maior das relações sociais e vida política.  O segundo contexto ganha força com a industrialização dos grandes centros urbanos, expansão e diversificação do público escolar, a democratização da escola pública, as políticas públicas de acesso e permanência do/a estudante na escola, as lutas sociais e a abertura democrática na vida pública do país.\n            Nesse contexto, uma outra cisão na forma de enxergar as relações educacionais passou pela ideia imediatista, alimentada pela mídia, de um passado como algo ultrapassado e, portanto, inferior, trazendo aos estudos históricos um demérito e, por isso, instaurando a necessidade de “novos” métodos e conteúdos, já que os “antigos” não dialogavam mais com essa escola.\n            A educação tecnicista, lembram os autores, é o viés que marcou a sociedade capitalista, durante os séculos XIX e início do XX, embasaram a formação do ensino de história no país, contribuindo com as diretrizes e ações do currículo. A base dos conteúdos seguiu a linha econômica, atrelada à forma hegemônica e eurocêntrica de ver o mundo, o que, para o ensino de história, representou a hierarquização dos saberes que inferiorizou a participação de indígenas (tomados como seres presos ao passado), da população negra (vista como mercadoria a ser diluída com a política do embranquecimento e da miscigenação) e do europeu (exaltado como herói nacional, que trouxe a civilização e o sentido de nação a um território tido como selvagem e atrasado) na formação do Brasil.\n              O livro apresenta, ainda, um histórico do ensino de história no Brasil, que posiciona a hierarquização de saberes no sistema de ensino nacional. Desde 1837, no Colégio Pedro II, responsável pelo ensino de história no país, representante de uma história iconográfica, hierarquizante, que priorizava a interferência europeia no Brasil, sob o argumento da civilidade e da emancipação da educação brasileira, tornando-a inseparável da história da Europa, nomeada de história geral,  Apenas em 1942, o currículo de história separou a “história Geral” da história do Brasil, mas ainda assim, esta última atrelada à ideia de Estado-nação, identidade nacional e tecnicista, ou seja, à luz e imagem do pensamento ocidental europeu. Essas mudanças foram feitas pela chamada Reforma de Capanema. Com a Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB 4024/61), que americanizou o currículo, sob influência direta do liberalismo, a Reforma de Capanema já não atendia aos anseios da sociedade brasileira, e o ensino da história passou a concretizar uma visão liberal tradicional.\n            Bitencourt destaca que, paralelas a essas mudanças, a proposta de Paulo Freire, com os temas geradores, apresentava-se como alternativa contra-hegemônica nos conturbados anos 60, apoiadas no conceito de inovação dos conteúdos, para melhor dialogar com a diversidade social. Tendo no debate e no diálogo seus principais alicerces, a proposta freireana voltava-se para uma educação com sentidos reais no cotidiano, sendo o maior desafio levar a ideia de que as implicações sociais e culturais são intrínsecas ao processo econômico e, assim, redimensionar o cidadão político, entendendo as relações de trabalho e alienação social numa perspectiva de maior alcance das classes populares, levantando inclusive a proposta de descolonização a partir dos estudos e vida política de Amilcar Cabral.\n            Nessa dinâmica, é possível perceber o quanto o currículo é um instrumento de poder na sociedade, com seus rumos mudados de acordo com os anseios e movimentos da sociedade, tornando-se, por isso, fundamental para a prática educativa tomar consciência deste processo.\n            No referido livro, chama-se a atenção, ainda, para as escolhas radicais, entre os currículos e a forma como lidar com a história, sendo importante não desconsiderar o cidadão político, comumente atrelado à visão da educação nacionalista da ditadura, tampouco despolitizar a história com o presenteísmo, mas ampliar a visão para o que pode ser acrescentado a ele por linhas subsequentes da história – não se deve, assim, construir uma história apenas do tempo presente, que se autoexplica, mas é preciso considerar o caráter político e filosófico da história, para além do científico-tecnicista, para então perceber as influências do passado, garantindo uma visão dialética e futura da história.\n            Neste caminho está a formação e atualização do professor de história, associada à modernização do currículo, peças indispensáveis para superar o ensino tradicional de história. É o professor a peça chave para dar significado à história, já que os fatos históricos têm inúmeras interpretações e a forma como lidar com o conteúdo, de maneira factual ou processual, faz toda a diferença, para mostrar o quanto a história se faz do cotidiano. Nesta perspectiva, o aluno passa a ser visto e a se ver como fazedor da história, desatrelada dos grandes heróis. É importante ainda atentar-se para os perigos da análise causal, que busca causas longínquas para os processos históricos, sem pluralidades e contextos - mais importante que a causalidade, é saber das mudanças e permanências, saber lidar com análise de documentos históricos, entender o processo histórico. Para além dos conteúdos prontos do livro didático e dos meios tecnológicos, é preciso que eles interajam com o currículo e com a prática pedagógica.\n            Os autores discutem, finalmente, os processos de composição e escolhas do livro didático, a necessidade do professor de adotar um olhar crítico de qualquer instrumento de aprendizagem que entrar na sala de aula; sua responsabilidade em enxergar o aluno como o segundo autor do livro didático, possibilitando a ele o contato mais diversificado possível, para que ele construa sua obra enquanto sujeito histórico. Pensando nisso, a visita aos museus históricos torna-se imprescindível, sendo observando com cuidado suas possibilidades educativas. O mesmo pode-se dizer da utilização da TV na sala de aula, que deve passar por uma série de reflexões pedagógicas, intrínsecas ao currículo ativo.\n            Esses e outros assuntos fazem do livro O saber histórico na sala de aula, organizado por Circe Bittencourt, leitura necessária não apenas aos professores de história, mas a todos aqueles que, independentemente de sua área, se incluam na perspectiva de uma educação democrática e de qualidade.\n","PeriodicalId":42058,"journal":{"name":"Dialogia","volume":"101 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-08-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5585/45.2023.24084","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
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Abstract

A obra O saber histórico na sala de aula, organizada por Circe Bittencourt, divide-se em 11 artigos, ordenadas em duas temáticas: Propostas curriculares e Linguagem e ensino. Neste livro, os diversos autores, incluindo a própria organizadora, fazem uma explanação das implicações e recursos do saber histórico em sala de aula. Professora doutora dos programas de pós-graduação da Faculdade de educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), Circe Bittencourt é pesquisadora do ensino de História e tem sua trajetória acadêmica vinculada à área de História.              É consenso entre os autores da obra, a afirmativa de que os saberes históricos em sala de aula passam por transformações consideráveis na atualidade, principalmente no que tange aos novos métodos e conteúdos, impulsionados pelas leis 10.639/03 e 11.645/08 que alteraram a LDB 96, tornando obrigatório o ensino afro indígena nas escolas de educação básica do Brasil. O alcance dessas transformações e a continuidade do conhecimento histórico, da documentação, das diretrizes educacionais (currículo pré-ativo) e do currículo real (currículo ativo), ou seja, algumas das ações para que essa demanda seja cumprida, são objetos de estudo desta obra.             Para desvendar as cisões e os conflitos entre o currículo pré-ativo (aquele regido pelas leis educacionais) e o ativo (o que trata da realidade em sala de aula), é preciso associá-los aos contextos históricos que lhes definiram. O primeiro contexto, tem seu foco nos tempos da ditadura militar no Brasil a constituição de seus conceitos fundamentais, regidos pela ideia de Estado-nação e de preparação do aluno para a condição de cidadão político, aquele que respeita o estado em sua supremacia, como organizador maior das relações sociais e vida política.  O segundo contexto ganha força com a industrialização dos grandes centros urbanos, expansão e diversificação do público escolar, a democratização da escola pública, as políticas públicas de acesso e permanência do/a estudante na escola, as lutas sociais e a abertura democrática na vida pública do país.             Nesse contexto, uma outra cisão na forma de enxergar as relações educacionais passou pela ideia imediatista, alimentada pela mídia, de um passado como algo ultrapassado e, portanto, inferior, trazendo aos estudos históricos um demérito e, por isso, instaurando a necessidade de “novos” métodos e conteúdos, já que os “antigos” não dialogavam mais com essa escola.             A educação tecnicista, lembram os autores, é o viés que marcou a sociedade capitalista, durante os séculos XIX e início do XX, embasaram a formação do ensino de história no país, contribuindo com as diretrizes e ações do currículo. A base dos conteúdos seguiu a linha econômica, atrelada à forma hegemônica e eurocêntrica de ver o mundo, o que, para o ensino de história, representou a hierarquização dos saberes que inferiorizou a participação de indígenas (tomados como seres presos ao passado), da população negra (vista como mercadoria a ser diluída com a política do embranquecimento e da miscigenação) e do europeu (exaltado como herói nacional, que trouxe a civilização e o sentido de nação a um território tido como selvagem e atrasado) na formação do Brasil.               O livro apresenta, ainda, um histórico do ensino de história no Brasil, que posiciona a hierarquização de saberes no sistema de ensino nacional. Desde 1837, no Colégio Pedro II, responsável pelo ensino de história no país, representante de uma história iconográfica, hierarquizante, que priorizava a interferência europeia no Brasil, sob o argumento da civilidade e da emancipação da educação brasileira, tornando-a inseparável da história da Europa, nomeada de história geral,  Apenas em 1942, o currículo de história separou a “história Geral” da história do Brasil, mas ainda assim, esta última atrelada à ideia de Estado-nação, identidade nacional e tecnicista, ou seja, à luz e imagem do pensamento ocidental europeu. Essas mudanças foram feitas pela chamada Reforma de Capanema. Com a Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB 4024/61), que americanizou o currículo, sob influência direta do liberalismo, a Reforma de Capanema já não atendia aos anseios da sociedade brasileira, e o ensino da história passou a concretizar uma visão liberal tradicional.             Bitencourt destaca que, paralelas a essas mudanças, a proposta de Paulo Freire, com os temas geradores, apresentava-se como alternativa contra-hegemônica nos conturbados anos 60, apoiadas no conceito de inovação dos conteúdos, para melhor dialogar com a diversidade social. Tendo no debate e no diálogo seus principais alicerces, a proposta freireana voltava-se para uma educação com sentidos reais no cotidiano, sendo o maior desafio levar a ideia de que as implicações sociais e culturais são intrínsecas ao processo econômico e, assim, redimensionar o cidadão político, entendendo as relações de trabalho e alienação social numa perspectiva de maior alcance das classes populares, levantando inclusive a proposta de descolonização a partir dos estudos e vida política de Amilcar Cabral.             Nessa dinâmica, é possível perceber o quanto o currículo é um instrumento de poder na sociedade, com seus rumos mudados de acordo com os anseios e movimentos da sociedade, tornando-se, por isso, fundamental para a prática educativa tomar consciência deste processo.             No referido livro, chama-se a atenção, ainda, para as escolhas radicais, entre os currículos e a forma como lidar com a história, sendo importante não desconsiderar o cidadão político, comumente atrelado à visão da educação nacionalista da ditadura, tampouco despolitizar a história com o presenteísmo, mas ampliar a visão para o que pode ser acrescentado a ele por linhas subsequentes da história – não se deve, assim, construir uma história apenas do tempo presente, que se autoexplica, mas é preciso considerar o caráter político e filosófico da história, para além do científico-tecnicista, para então perceber as influências do passado, garantindo uma visão dialética e futura da história.             Neste caminho está a formação e atualização do professor de história, associada à modernização do currículo, peças indispensáveis para superar o ensino tradicional de história. É o professor a peça chave para dar significado à história, já que os fatos históricos têm inúmeras interpretações e a forma como lidar com o conteúdo, de maneira factual ou processual, faz toda a diferença, para mostrar o quanto a história se faz do cotidiano. Nesta perspectiva, o aluno passa a ser visto e a se ver como fazedor da história, desatrelada dos grandes heróis. É importante ainda atentar-se para os perigos da análise causal, que busca causas longínquas para os processos históricos, sem pluralidades e contextos - mais importante que a causalidade, é saber das mudanças e permanências, saber lidar com análise de documentos históricos, entender o processo histórico. Para além dos conteúdos prontos do livro didático e dos meios tecnológicos, é preciso que eles interajam com o currículo e com a prática pedagógica.             Os autores discutem, finalmente, os processos de composição e escolhas do livro didático, a necessidade do professor de adotar um olhar crítico de qualquer instrumento de aprendizagem que entrar na sala de aula; sua responsabilidade em enxergar o aluno como o segundo autor do livro didático, possibilitando a ele o contato mais diversificado possível, para que ele construa sua obra enquanto sujeito histórico. Pensando nisso, a visita aos museus históricos torna-se imprescindível, sendo observando com cuidado suas possibilidades educativas. O mesmo pode-se dizer da utilização da TV na sala de aula, que deve passar por uma série de reflexões pedagógicas, intrínsecas ao currículo ativo.             Esses e outros assuntos fazem do livro O saber histórico na sala de aula, organizado por Circe Bittencourt, leitura necessária não apenas aos professores de história, mas a todos aqueles que, independentemente de sua área, se incluam na perspectiva de uma educação democrática e de qualidade.
课堂上的历史知识。圣保罗:背景。2021(集合反思教学),BITTENCOURT,Circe(org)
由Circe Bittencourt组织的《课堂上的历史知识》分为11篇文章,分为两个主题:课程建议和语言与教学。在这本书中,不同的作者,包括组织者自己,解释了历史知识在课堂上的含义和资源。Circe Bittencourt是sao Paulo大学(USP)和pontificia Universidade catolica de sao Paulo (PUC - SP)教育学院研究生项目的博士教授,是一名历史教学研究员,她的学术生涯与历史领域有关。是共识的作者,作品的肯定的历史知识在课堂上经过今天的翻天覆地的变化,尤其是在由新方法和内容,由法律的10639/03和11645/08修改LDB 96,使义务教育非裔土著在巴西基础教育的学校。这些转变的范围和历史知识、文献、教育指导方针(前主动课程)和实际课程(主动课程)的连续性,即满足这一需求的一些行动,是本工作的研究对象。为了揭示前主动课程(受教育法支配的课程)和主动课程(处理课堂现实的课程)之间的分裂和冲突,有必要将它们与定义它们的历史背景联系起来。一分之一的背景下,已经在巴西军事独裁的关注我们宪法的基本概念,由学生的民族国家和准备的条件下公民政治,那是至高无上的,作为组织的社会关系和政治生活。第二种背景随着大型城市中心的工业化、公立学校的扩大和多样化、公立学校的民主化、学生入学和留在学校的公共政策、社会斗争和国家公共生活中的民主开放而增强。在这种情况下,另一个部门的角度看到的关系通过教育的目光短浅的想法,一直由媒体,过去是较低的问题,因此,把历史研究,所以就有了污点,需要“新”的方法和内容,因为“老”dialogavam不干了那所学校 .           作者回忆说,技术教育是19世纪和20世纪初资本主义社会的一种偏见,是该国历史教学形成的基础,对课程的指导方针和行动做出了贡献。跟踪经济线的基础内容,在霸权和欧洲中心论的方式看世界,故事教学的代表的等级制度知道inferiorizou印第安人的参与(它们作为被过去了),黑人(视为货物被稀释的漂白和多元文化主义政策)和欧洲(同为民族英雄,在巴西的形成过程中,这给这片被认为是野蛮和落后的领土带来了文明和民族意识。这本书还介绍了巴西历史教学的历史,在国家教育体系中定位了知识的等级制度。佩德罗二世自1837年以来,在寄宿学校负责教学故事的国家,代表欧洲,hierarquizante priorizava肖像的干扰在巴西,巴西的解放的文明和教育,使她不能分离的欧洲历史,历史学科的历史,直到1942年,简历让“总体史”的历史巴西,但,最后被民族国家的概念,国家和技术认同,换句话说,根据西欧思想的光和形象。这些变化是由所谓的卡帕内马改革造成的。随着指导方针和国家基础法(LDB 4024/61)使课程美国化,在自由主义的直接影响下,卡帕内马的改革不再满足巴西社会的愿望,历史教学开始实现传统的自由主义愿景。比库特强调,与这些变化平行的是,保罗·弗莱雷的提议,以及产生的主题,在动荡的60年代作为一种反霸权的选择,基于内容创新的概念,以更好地与社会多样性对话。 在辩论和对话的主要基础,建议freireana回来,要和实际感知教育在日常生活中,最大的挑战的想法经济社会和文化的影响则是内在的过程,从而扩大公民政治,主张劳动关系和社会疏远基层更深远的,从阿米尔卡·卡布拉尔的研究和政治生活中提出非殖民化的建议。在这种动态中,我们可以看到课程是社会中的一种权力工具,它的方向是根据社会的愿望和运动而改变的,因此,教育实践意识到这一过程是至关重要的。在这本书,注意,激进的选择,课程和如何处理历史,重要的是不能忽视公民政治教育,通常视力房车民族主义独裁,也非政治化presenteísmo的故事,但视力扩大到可以被添加到他的故事的后续行—不应该因此编出的故事现在autoexplica…但是,我们必须考虑历史的政治和哲学性质,而不是科学和技术性质,才能认识到过去的影响,从而保证辩证和未来的历史观。这条道路是历史教师的培训和更新,与课程的现代化相联系,是克服传统历史教学不可或缺的一部分。教师是赋予历史意义的关键,因为历史事实有无数的解释,而如何处理内容,以事实或程序的方式,使一切不同,以显示历史是如何由日常生活组成的。从这个角度来看,学生开始被视为历史的创造者,脱离了伟大的英雄。同样重要的是要注意因果分析的危险,因果分析在没有多元性和背景的情况下寻找历史过程的遥远原因——比因果关系更重要的是了解变化和持久性,知道如何处理历史文献的分析,理解历史过程。除了现成的教材内容和技术手段外,它们还必须与课程和教学实践相结合。最后,作者讨论了教科书的构成和选择过程,教师需要对任何进入课堂的学习工具采取批判性的观点;它的责任是将学生视为教科书的第二作者,使他能够尽可能多样化地接触,使他能够将自己的作品构建为一个历史主体。考虑到这一点,参观历史博物馆变得至关重要,仔细观察它们的教育可能性。电视在课堂上的使用也是如此,它必须经过一系列的教学反思,这是积极课程的内在。这些和其他主题使Circe Bittencourt组织的《课堂上的历史知识》这本书不仅对历史教师是必要的阅读,而且对所有那些从民主和高质量教育的角度包括自己的领域的人也是必要的阅读。
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