{"title":"PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA ANEMIA FERROPRIVA NO ESTADO DE SÃO PAULO","authors":"VC Pereira, GB Hillal, SNC Quaglia","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.003","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>O objetivo deste estudo é propor uma análise comparativa do perfil epidemiológico da Anemia Ferropriva no Estado de São Paulo.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo sobre o perfil epidemiológico da anemia ferropriva da cidade de São Paulo, no período de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos por meio de consulta às bases de dados disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Essa escolha foi feita para garantir a disponibilidade de dados atualizados e minimizar possíveis erros de retardo de notificação. Após a coleta dos dados, as variáveis de interesse, como sexo, idade foram indexados e analizados pelo programa Microsoft Office Excel 4.0.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>A análise dos dados obtidos demonstrou prevalência significativa da anemia ferropriva em determinados grupos demográficos. A anemia ferropriva foi observada em um total de 1.568.489,94 pessoas, sendo que desta população total, 1.096.795,10 (69,92%) pessoas são do sexo feminino, ja os indivíduos da raça branca representam 51,26% do total de pessoas. A faixa etária de 70 a 79 anos foi a mais acometida com 17,24%.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>No Brasil, a principal causa da Anemia Ferropriva é a baixa ingestão de alimentos que contém ferro (Yamagishi, 2017), ademais pode-se destacar precárias condições de saneamento básico em algumas regiões que resultam em alta prevalência de doenças infecto parasitárias (Amarante, 2015). Esses resultados fornecem hipóteses valiosas sobre os padrões de ocorrência da Anemia Ferropriva na população estudada, destacando a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção direcionadas a grupos específicos, como mulheres idosas de etnia branca. Essa observação levanta questões importantes sobre os determinantes subjacentes dessa disparidade, incluindo fatores hormonais, dieta, acesso a cuidados de saúde e possíveis disparidades socioeconômicas. Visto que a anemia ferropriva é uma consequência e não causa de doença, esses aspectos se fazem relevantes. A compreensão desses mecanismos é crucial para desenvolver estratégias de prevenção e intervenção. Ademais, esses achados destacam a importância de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas desses grupos de alto risco. É importante ressaltar que este estudo possui certas limitações, incluindo possíveis subnotificações de casos, variações na qualidade dos registros e a impossibilidade de estabelecer relações de causalidade devido à natureza descritiva dos dados.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Conclui-se que os achados deste relato destacam a necessidade de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas de grupos vulneráveis, como mulheres idosas e indivíduos de diferentes grupos étnicos. Intervenções direcionadas, como programas de suplementação de ferro, educação nutricional e melhoria do acesso aos serviços de saúde, podem ser fundamentais para reduzir a prevalência e os impactos negativos da anemia ferropriva nesses grupos de alto risco. É pertinente reconhecer as limitações do estudo e a necessidade de mais pesquisas para elucidar completamente as causas por trás dessas disparidades e propor políticas de saúde pública mais eficazes. Outro ponto que merece destaque é a necessidade de evolução da plataforma DataSUS incluindo as etiologias de base das Anemias Ferroprivas dos pacientes existentes na plataforma, afinal, sem essa informação essencial, novos estudos podem ficar com lacunas.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":"46 ","pages":"Pages S1-S2"},"PeriodicalIF":1.8000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137924003365","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HEMATOLOGY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivos
O objetivo deste estudo é propor uma análise comparativa do perfil epidemiológico da Anemia Ferropriva no Estado de São Paulo.
Materiais e métodos
Estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo sobre o perfil epidemiológico da anemia ferropriva da cidade de São Paulo, no período de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos por meio de consulta às bases de dados disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Essa escolha foi feita para garantir a disponibilidade de dados atualizados e minimizar possíveis erros de retardo de notificação. Após a coleta dos dados, as variáveis de interesse, como sexo, idade foram indexados e analizados pelo programa Microsoft Office Excel 4.0.
Resultados
A análise dos dados obtidos demonstrou prevalência significativa da anemia ferropriva em determinados grupos demográficos. A anemia ferropriva foi observada em um total de 1.568.489,94 pessoas, sendo que desta população total, 1.096.795,10 (69,92%) pessoas são do sexo feminino, ja os indivíduos da raça branca representam 51,26% do total de pessoas. A faixa etária de 70 a 79 anos foi a mais acometida com 17,24%.
Discussão
No Brasil, a principal causa da Anemia Ferropriva é a baixa ingestão de alimentos que contém ferro (Yamagishi, 2017), ademais pode-se destacar precárias condições de saneamento básico em algumas regiões que resultam em alta prevalência de doenças infecto parasitárias (Amarante, 2015). Esses resultados fornecem hipóteses valiosas sobre os padrões de ocorrência da Anemia Ferropriva na população estudada, destacando a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção direcionadas a grupos específicos, como mulheres idosas de etnia branca. Essa observação levanta questões importantes sobre os determinantes subjacentes dessa disparidade, incluindo fatores hormonais, dieta, acesso a cuidados de saúde e possíveis disparidades socioeconômicas. Visto que a anemia ferropriva é uma consequência e não causa de doença, esses aspectos se fazem relevantes. A compreensão desses mecanismos é crucial para desenvolver estratégias de prevenção e intervenção. Ademais, esses achados destacam a importância de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas desses grupos de alto risco. É importante ressaltar que este estudo possui certas limitações, incluindo possíveis subnotificações de casos, variações na qualidade dos registros e a impossibilidade de estabelecer relações de causalidade devido à natureza descritiva dos dados.
Conclusão
Conclui-se que os achados deste relato destacam a necessidade de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas de grupos vulneráveis, como mulheres idosas e indivíduos de diferentes grupos étnicos. Intervenções direcionadas, como programas de suplementação de ferro, educação nutricional e melhoria do acesso aos serviços de saúde, podem ser fundamentais para reduzir a prevalência e os impactos negativos da anemia ferropriva nesses grupos de alto risco. É pertinente reconhecer as limitações do estudo e a necessidade de mais pesquisas para elucidar completamente as causas por trás dessas disparidades e propor políticas de saúde pública mais eficazes. Outro ponto que merece destaque é a necessidade de evolução da plataforma DataSUS incluindo as etiologias de base das Anemias Ferroprivas dos pacientes existentes na plataforma, afinal, sem essa informação essencial, novos estudos podem ficar com lacunas.