PANORAMA DA DOENÇA FALCIFORME NO BRASIL (2012 A 2022)

IF 1.8 Q3 HEMATOLOGY
JR Gioseffi , FCDS Simão , NVM Melo , E Fróes , F Fedozzi , CMF Pinto , SR Loggetto
{"title":"PANORAMA DA DOENÇA FALCIFORME NO BRASIL (2012 A 2022)","authors":"JR Gioseffi ,&nbsp;FCDS Simão ,&nbsp;NVM Melo ,&nbsp;E Fróes ,&nbsp;F Fedozzi ,&nbsp;CMF Pinto ,&nbsp;SR Loggetto","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.049","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>Traçar o perfil sociodemográfico das pessoas com doença falciforme (DF) no Brasil entre 2011 e 2022, analisar informações de produção ambulatorial e hospitalar, de custos do tratamento e de mortalidade.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo descritivo com dados secundários sobre a DF (CID D57.0 a D57.9, exceto D57.3 para traço falciforme) entre 2011 e 2022 obtidos das bases públicas do Ministério da Saúde: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os dados foram limpos e organizados com Microsoft Excel®.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Durante os 12 anos do estudo, estimou-se quase 100 mil pacientes atendidos ambulatorialmente no SUS, com mais de 49 milhões de procedimentos realizados (mais comuns a liberação de hidroxiureia e exames pré-transfusionais). Homens (51%), idades 10-19 anos (31%) e 20-29 anos (24%) e autodeclarados pardos (55,5%) e brancos (23,4%) foram mais prevalentes no período. Em 2022 realizou-se o maior número de procedimentos (&gt; 7 milhões) e os maiores gastos (cerca de 100 milhões de reais). Mais da metade dos pacientes reside fora do município de tratamento. O custo médio por procedimento foi de R$497,58. São Paulo liderou em número de procedimentos (14.379.020 em 19.403 pacientes), seguido por Minas Gerais (9.670.999 em 29.890 pacientes) e Bahia (5.152.248 em 12.392 pacientes). O Brasil registrou 105.911 internações em 42.864 pacientes, com o tratamento de anemia hemolítica mais prevalente, principalmente nas idades 0-9 anos (38,7%) e 10-29 anos (25,6%). O tempo médio de internação foi 5,6 dias e uso de UTI em 2% dos casos. O custo total das internações nesse período foi R$46.815.614,28, com custo médio de R$ 442,03. O maior número de internações (13.694) e o maior custo (quase seis milhões e quinhentos mil reais) foram em 2019. Em 2020 foram 9.714 internações. Os estados com maior número de internações foram São Paulo (29.559; 27,9%), Bahia (13.580; 12,8%) e Rio de Janeiro (12.760; 12%). Em relação à mortalidade, foram registrados 4.502 óbitos por DF no Brasil no período, com mais óbitos em São Paulo (719) e Bahia (710). O ano com mais mortes foi 2019 (507). Idade entre 20-29 anos (21%), pardos (51,3%) e homens (51%) foram mais comuns em relação aos óbitos.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Segundo o Programa Nacional de Triagem Neonatal, a incidência anual da DF no Brasil é de 3,75 novos casos/10.000 nascidos vivos. O perfil das pessoas com DF é de crianças, adolescentes e adultos jovens, homens, pardos e vivendo na região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e na Bahia. A queda em 29% no número de internações entre 2019 e 2020 pode ter refletido o impacto da COVID-19, onde possivelmente os pacientes ficaram em isolamento social, com menor risco de complicações. Muitos óbitos nos adultos jovens mostram o quanto é debilitante e difícil o convívio com a DF. Mais dados sobre causas de internação e óbito não foram encontrados.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A DF representa um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro devido à sua complexidade clínica e impacto abrangente na vida dos pacientes e familiares. As informações obtidas podem guiar políticas públicas e estratégias de saúde para melhorar o manejo e tratamento da DF no Brasil, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e o suporte constante às famílias e pacientes. Para melhor gestão das políticas públicas para a DF é preciso melhorar as notificações pelas instituições de saúde.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":"46 ","pages":"Page S29"},"PeriodicalIF":1.8000,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137924003821","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HEMATOLOGY","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0

Abstract

Objetivos

Traçar o perfil sociodemográfico das pessoas com doença falciforme (DF) no Brasil entre 2011 e 2022, analisar informações de produção ambulatorial e hospitalar, de custos do tratamento e de mortalidade.

Metodologia

Estudo descritivo com dados secundários sobre a DF (CID D57.0 a D57.9, exceto D57.3 para traço falciforme) entre 2011 e 2022 obtidos das bases públicas do Ministério da Saúde: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os dados foram limpos e organizados com Microsoft Excel®.

Resultados

Durante os 12 anos do estudo, estimou-se quase 100 mil pacientes atendidos ambulatorialmente no SUS, com mais de 49 milhões de procedimentos realizados (mais comuns a liberação de hidroxiureia e exames pré-transfusionais). Homens (51%), idades 10-19 anos (31%) e 20-29 anos (24%) e autodeclarados pardos (55,5%) e brancos (23,4%) foram mais prevalentes no período. Em 2022 realizou-se o maior número de procedimentos (> 7 milhões) e os maiores gastos (cerca de 100 milhões de reais). Mais da metade dos pacientes reside fora do município de tratamento. O custo médio por procedimento foi de R$497,58. São Paulo liderou em número de procedimentos (14.379.020 em 19.403 pacientes), seguido por Minas Gerais (9.670.999 em 29.890 pacientes) e Bahia (5.152.248 em 12.392 pacientes). O Brasil registrou 105.911 internações em 42.864 pacientes, com o tratamento de anemia hemolítica mais prevalente, principalmente nas idades 0-9 anos (38,7%) e 10-29 anos (25,6%). O tempo médio de internação foi 5,6 dias e uso de UTI em 2% dos casos. O custo total das internações nesse período foi R$46.815.614,28, com custo médio de R$ 442,03. O maior número de internações (13.694) e o maior custo (quase seis milhões e quinhentos mil reais) foram em 2019. Em 2020 foram 9.714 internações. Os estados com maior número de internações foram São Paulo (29.559; 27,9%), Bahia (13.580; 12,8%) e Rio de Janeiro (12.760; 12%). Em relação à mortalidade, foram registrados 4.502 óbitos por DF no Brasil no período, com mais óbitos em São Paulo (719) e Bahia (710). O ano com mais mortes foi 2019 (507). Idade entre 20-29 anos (21%), pardos (51,3%) e homens (51%) foram mais comuns em relação aos óbitos.

Discussão

Segundo o Programa Nacional de Triagem Neonatal, a incidência anual da DF no Brasil é de 3,75 novos casos/10.000 nascidos vivos. O perfil das pessoas com DF é de crianças, adolescentes e adultos jovens, homens, pardos e vivendo na região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e na Bahia. A queda em 29% no número de internações entre 2019 e 2020 pode ter refletido o impacto da COVID-19, onde possivelmente os pacientes ficaram em isolamento social, com menor risco de complicações. Muitos óbitos nos adultos jovens mostram o quanto é debilitante e difícil o convívio com a DF. Mais dados sobre causas de internação e óbito não foram encontrados.

Conclusão

A DF representa um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro devido à sua complexidade clínica e impacto abrangente na vida dos pacientes e familiares. As informações obtidas podem guiar políticas públicas e estratégias de saúde para melhorar o manejo e tratamento da DF no Brasil, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e o suporte constante às famílias e pacientes. Para melhor gestão das políticas públicas para a DF é preciso melhorar as notificações pelas instituições de saúde.
巴西恶性肿瘤全景图(2012 年至 2022 年)
目标追踪 2011 年至 2022 年期间巴西镰状细胞病(SCD)患者的社会人口概况,并分析门诊和住院患者人数、治疗费用和死亡率等信息。描述性研究使用了 2011 年至 2022 年有关 SCD(ICD D57.0 至 D57.9,镰状细胞性状 D57.3 除外)的二手数据,这些数据来自卫生部的公共数据库:门诊信息系统 (SIA)、医院信息系统 (SIH) 和死亡率信息系统 (SIM)。在研究的 12 年间,估计有近 10 万名患者在 SUS 接受了门诊治疗,进行了 4900 多万次手术(最常见的是释放羟基脲和输血前检查)。在此期间,男性(51%)、10-19 岁(31%)和 20-29 岁(24%)以及自称为棕色人种(55.5%)和白色人种(23.4%)的患者较多。2022 年的手术数量最多(700 万例),支出最高(约 1 亿雷亚尔)。一半以上的患者居住在治疗地以外的城市。每次手术的平均费用为 497.58 雷亚尔。圣保罗的手术数量居首位(14 379 020 例,19 403 名患者),其次是米纳斯吉拉斯州(9 670 999 例,29 890 名患者)和巴伊亚州(5 152 248 例,12 392 名患者)。巴西共有 42 864 名患者,住院治疗 105 911 次,其中以溶血性贫血治疗最为普遍,主要集中在 0-9 岁年龄组(38.7%)和 10-29 岁年龄组(25.6%)。平均住院时间为 5.6 天,有 2% 的病例住进了重症监护室。这一时期的住院总费用为 46 815 614.28 雷亚尔,平均费用为 442.03 雷亚尔。2019 年住院人数最多(13 694 人次),费用最高(近六百五十万雷亚尔)。2020 年的住院人次为 9714 人次。住院人数最多的州是圣保罗州(29 559人;27.9%)、巴伊亚州(13 580人;12.8%)和里约热内卢州(12 760人;12%)。就死亡率而言,在此期间,巴西有 4 502 人死于 FD,其中圣保罗(719 人)和巴伊亚(710 人)死亡人数最多。死亡人数最多的年份是 2019 年(507 人)。年龄在20-29岁之间(21%)、棕色(51.3%)和男性(51%)在死亡病例中较为常见。讨论根据国家新生儿筛查计划,巴西SCD的年发病率为3.75例新病例/10,000例活产。FD患者主要为儿童、青少年和年轻成年人,男性,棕色皮肤,居住在东南部(圣保罗、米纳斯吉拉斯州和里约热内卢)和巴伊亚州。2019 年至 2020 年住院人数下降了 29%,这可能反映了 COVID-19 的影响,患者可能处于社会隔离状态,并发症风险较低。许多青壮年患者的死亡表明,与 FD 共同生活是多么令人衰弱和困难。结论由于 FD 的临床复杂性以及对患者及其家庭生活的深远影响,它对巴西医疗系统构成了重大挑战。所获得的信息可指导公共政策和卫生战略,以改善巴西对 FD 的管理和治疗,同时强调需要采取多学科方法并为患者和家属提供持续支持。要更好地管理针对 SCD 的公共政策,就必须改进医疗机构的报告工作。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
求助全文
约1分钟内获得全文 求助全文
来源期刊
CiteScore
2.40
自引率
4.80%
发文量
1419
审稿时长
30 weeks
×
引用
GB/T 7714-2015
复制
MLA
复制
APA
复制
导出至
BibTeX EndNote RefMan NoteFirst NoteExpress
×
提示
您的信息不完整,为了账户安全,请先补充。
现在去补充
×
提示
您因"违规操作"
具体请查看互助需知
我知道了
×
提示
确定
请完成安全验证×
copy
已复制链接
快去分享给好友吧!
我知道了
右上角分享
点击右上角分享
0
联系我们:info@booksci.cn Book学术提供免费学术资源搜索服务,方便国内外学者检索中英文文献。致力于提供最便捷和优质的服务体验。 Copyright © 2023 布克学术 All rights reserved.
京ICP备2023020795号-1
ghs 京公网安备 11010802042870号
Book学术文献互助
Book学术文献互助群
群 号:481959085
Book学术官方微信