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Abstract
Da tripla crítica que Claude Lefort afirmou encontrar em Maquiavel – à tirania, ao conservadorismo burguês e ao idealismo democrático – pouca atenção se costuma dar à última. Neste artigo, procuraremos demonstrar que a obra maior do filósofo francês , Le Travail de l'œuvre, Machiavel (1972), para além de uma crítica à tirania e ao domínio oligárquico, constitui sobretudo uma longa demonstração do modo como a democracia acaba por encontrar seu mais potente inimigo na imagem idealizada de si mesma. Seguindo os passos do Maquiavel de Lefort, veremos emergir ao primeiro plano a personagem do conspirador, que trará à cena consigo a proposição da inevitabilidade da impostura do poder e a defesa da imprescindibilidade e da legitimidade do ato ilegal empreendido contra a legalidade ilegítima.