{"title":"A natureza no cinema queer brasileiro contemporâneo: Um lugar possível","authors":"João Paulo Wandscheer, Miriam De Souza Rossini","doi":"10.14591/aniki.v11n2.1047","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo propõe uma discussão acerca da natureza enquanto espaço de compreensão de práticas e de conflitos referentes à sexualidade dos protagonistas das obras de longa-metragem Vento seco (2020), dirigida por Daniel Nolasco, e A torre (2019), de Sérgio Borges. Partindo de aspectos estético-narrativos, analisamos a relação dos protagonistas com o meio natural, onde eles vivenciam a sua sexualidade, bem como a forma em que os filmes inventam um olhar sobre a natureza que aproxima cinema e política. Como resultado, compreendemos que a natureza consiste, nos filmes analisados, em um espaço de resistência ecossexual. Também percebemos que os personagens buscam o contato com a natureza para se afastarem de ambientes onde se sentem desajustados, devido ao preconceito, e para contornarem normas relacionadas tanto à sexualidade quanto à monogamia. Para além de se revelar um espaço que permite às duas obras distanciarem-se de um quadro antropocêntrico durante a construção de cenas e planos, a natureza também ajuda a articular as lutas da comunidade queer, assim como de outros grupos sociais minoritários, com demandas por ações contra a destruição do planeta e a crise climática.","PeriodicalId":492926,"journal":{"name":"Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento","volume":" 17","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento","FirstCategoryId":"0","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14591/aniki.v11n2.1047","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo propõe uma discussão acerca da natureza enquanto espaço de compreensão de práticas e de conflitos referentes à sexualidade dos protagonistas das obras de longa-metragem Vento seco (2020), dirigida por Daniel Nolasco, e A torre (2019), de Sérgio Borges. Partindo de aspectos estético-narrativos, analisamos a relação dos protagonistas com o meio natural, onde eles vivenciam a sua sexualidade, bem como a forma em que os filmes inventam um olhar sobre a natureza que aproxima cinema e política. Como resultado, compreendemos que a natureza consiste, nos filmes analisados, em um espaço de resistência ecossexual. Também percebemos que os personagens buscam o contato com a natureza para se afastarem de ambientes onde se sentem desajustados, devido ao preconceito, e para contornarem normas relacionadas tanto à sexualidade quanto à monogamia. Para além de se revelar um espaço que permite às duas obras distanciarem-se de um quadro antropocêntrico durante a construção de cenas e planos, a natureza também ajuda a articular as lutas da comunidade queer, assim como de outros grupos sociais minoritários, com demandas por ações contra a destruição do planeta e a crise climática.