{"title":"AUTODETERMINAÇÃO IDENTITÁRIA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:","authors":"Guilherme Antônio Balczarek Mucelin, Fernanda Sathler Rocha Franco","doi":"10.30899/dfj.v20i50.1494","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A expansão da inteligência artificial tem alterado profundamente a forma como as pessoas são interpretadas e identificadas, tendo em vista que novas identidades digitais lhes têm sido atribuídas por sistemas automatizados, sobretudo, através das práticas de perfilização e categorizações em grupos. A construção destas identidades, além de não incluir diretamente a participação das próprias pessoas, também pode conter vieses e gerar conclusões equivocadas ou irreais, aptas a ensejar decisões injustas, como discriminações e esteriotipações. Este cenário, portanto, suscita discussões sobre os riscos à autodeterminação informacional dos indivíduos, bem como ao autônomo e livre desenvolvimento de sua identidade e personalidade. Assim, o presente estudo bibliográfico, através de método indutivo, buscou averiguar o surgimento de possível novo princípio de proteção aos dados pessoais como forma de assegurar a autonomia das pessoas na construção de suas próprias identidades também no meio digital. Os resultados sugerem que eventuais novas regulações, incluindo a proteção de dados, precisam viabilizar às pessoas não apenas a chance de revisão de seus próprios dados, mas incluir a tutela também sobre o resultado valorativo oriundo dos perfis automatizados, de modo a viabilizar um ambiente digital no qual as pessoas protagonizem a construção de suas próprias identidades.","PeriodicalId":307457,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Direitos Fundamentais & Justiça","volume":" 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Direitos Fundamentais & Justiça","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30899/dfj.v20i50.1494","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A expansão da inteligência artificial tem alterado profundamente a forma como as pessoas são interpretadas e identificadas, tendo em vista que novas identidades digitais lhes têm sido atribuídas por sistemas automatizados, sobretudo, através das práticas de perfilização e categorizações em grupos. A construção destas identidades, além de não incluir diretamente a participação das próprias pessoas, também pode conter vieses e gerar conclusões equivocadas ou irreais, aptas a ensejar decisões injustas, como discriminações e esteriotipações. Este cenário, portanto, suscita discussões sobre os riscos à autodeterminação informacional dos indivíduos, bem como ao autônomo e livre desenvolvimento de sua identidade e personalidade. Assim, o presente estudo bibliográfico, através de método indutivo, buscou averiguar o surgimento de possível novo princípio de proteção aos dados pessoais como forma de assegurar a autonomia das pessoas na construção de suas próprias identidades também no meio digital. Os resultados sugerem que eventuais novas regulações, incluindo a proteção de dados, precisam viabilizar às pessoas não apenas a chance de revisão de seus próprios dados, mas incluir a tutela também sobre o resultado valorativo oriundo dos perfis automatizados, de modo a viabilizar um ambiente digital no qual as pessoas protagonizem a construção de suas próprias identidades.