Teresa Mendes Flores, Soraya Vasconcelos, Catarina Mateus, Carmen Loureiro Rosa
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Abstract
Este ensaio retoma o projeto Mulheres Sempre Presentes, realizado para a exposição “O Impulso Fotográfico. (Des)arrumar o Arquivo Colonial”. A proposta ressignifica fotografias analógicas de antropologia física colonial portuguesa através de procedimentos de descontextualização e recontextualização, tentando interromper a reprodução de estereótipos negativos sobre as mulheres negras fotografadas, os quais abundam no arquivo das missões de antropologia colonial de onde os retratos foram selecionados. A escolha de retratos de mulheres pretende homenagear a sua presença nas longas lutas levadas a cabo pelas populações negras em diversos momentos da história e afirmar o seu papel de agentes do processo histórico, em sociedades patriarcais, tanto europeias como africanas tradicionais, que tendem a relegá-las para segundo plano. O ensaio conjuga, ainda, diferentes vozes e reflexões das suas autoras, sob influência do texto de Spivak (1988/2021) Pode a Subalterna Tomar a Palavra?, que aborda as condições de fala e de escuta das mulheres e interroga a sua condição de subalternidade.
本文探讨了为 "O Impulso Fotográfico. (Des)arrumar o Arquivo Colonial "展览而实施的 "Mulheres Sempre Presentes "项目。该提案通过去语境化和重构语境的程序,重构了葡萄牙殖民时期体质人类学的模拟照片,试图打破对所拍摄黑人女性的负面刻板印象的再现,这些负面刻板印象在殖民时期人类学代表团的档案中比比皆是,而肖像就是从这些档案中挑选出来的。选择妇女肖像的目的是为了纪念她们在黑人在不同历史时期所进行的长期斗争中的存在,并肯定她们在父权制社会(包括欧洲和传统非洲社会)中作为历史进程推动者的作用,因为父权制社会往往将她们置于次要地位。在斯皮瓦克的著作(1988/2021 年)《次等者能否发言》的影响下,这篇文章还结合了作者的不同声音和思考,该著作探讨了妇女发言和倾听的条件,并对她们的次等地位提出了质疑。