{"title":"Não Tem Saída Fácil: Tensão Entre Autonomia Epistêmica e Confiança na Ciência Como Caminho Para a Educação em Ciências Contemporânea","authors":"Eduardo Gois, N. Lima, Andreia Guerra de Moraes","doi":"10.28976/1984-2686rbpec2024u427490","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, apresentamos um estudo empírico que tem como objetivo geral problematizar a tensão entre autonomia epistêmica e confiança na ciência, bem como os compromissos epistêmico-políticos de diferentes correntes sociológicas, partindo de noções do campo da Cosmopolítica. Para tanto, os pesquisadores analisaram o problema do aquecimento global antropogênico a partir de argumentos apresentados em documentários sobre o tema. Na sequência, tais argumentos foram mobilizados em uma disciplina de licenciatura em Física em uma unidade que culminou em um júri simulado. Foram analisadas, além dos documentários, respostas a questionários além da transcrição do júri simulado. Os resultados indicam que ambos os documentários mobilizam argumentos naturais, sociais e discursivos (no sentido atribuído por Latour). Não é possível, ademais, se posicionar sobre o tema somente com os dados dos documentários. Portanto, a decisão de qual lado apoiar demanda algum nível de confiança nos dados que são encontrados ao longo da consulta sobre o tema. No júri simulado, os principais resultados apontam que (1) o domínio de conceitos científicos é fundamental para a ocorrência do debate — ainda que não faça sentido definir um currículo mínimo para Educação em Ciências, (2) a confiança na ciência tem um papel crucial no resultado final ainda que seja necessário o desenvolvimento da autonomia epistêmica (3) há necessidade de criação de espaços interinstitucionais para debate de questões sociocientíficas.","PeriodicalId":481646,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências","volume":"58 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-05-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências","FirstCategoryId":"0","ListUrlMain":"https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2024u427490","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo, apresentamos um estudo empírico que tem como objetivo geral problematizar a tensão entre autonomia epistêmica e confiança na ciência, bem como os compromissos epistêmico-políticos de diferentes correntes sociológicas, partindo de noções do campo da Cosmopolítica. Para tanto, os pesquisadores analisaram o problema do aquecimento global antropogênico a partir de argumentos apresentados em documentários sobre o tema. Na sequência, tais argumentos foram mobilizados em uma disciplina de licenciatura em Física em uma unidade que culminou em um júri simulado. Foram analisadas, além dos documentários, respostas a questionários além da transcrição do júri simulado. Os resultados indicam que ambos os documentários mobilizam argumentos naturais, sociais e discursivos (no sentido atribuído por Latour). Não é possível, ademais, se posicionar sobre o tema somente com os dados dos documentários. Portanto, a decisão de qual lado apoiar demanda algum nível de confiança nos dados que são encontrados ao longo da consulta sobre o tema. No júri simulado, os principais resultados apontam que (1) o domínio de conceitos científicos é fundamental para a ocorrência do debate — ainda que não faça sentido definir um currículo mínimo para Educação em Ciências, (2) a confiança na ciência tem um papel crucial no resultado final ainda que seja necessário o desenvolvimento da autonomia epistêmica (3) há necessidade de criação de espaços interinstitucionais para debate de questões sociocientíficas.