{"title":"MATEMÁTICA, GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS DO GOVERNO BOLSONARO","authors":"Eliézer Reis Vicente, Lúcia Gonçalves De Freitas","doi":"10.12957/periferia.2024.76800","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo buscou analisar como a Matemática entra na Política Nacional de Alfabetização (PNA) proposta pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Tal política se inseria entre as visões dominantes desse governo de que a escola teria que se concentrar em ensinar a ler, escrever e contar. Como esse governo combateu veementemente os estudos de gênero e as ciências humanas e sociais de um modo geral, elegendo as ciências cognitivas como paradigma para suas políticas de alfabetização, com foco na Matemática, analisamos, neste artigo, o discurso da PNA em relação ao ensino dessa linguagem. Para isso, adotamos a perspectiva foucaultiana do discurso, em uma vertente pós-estruturalista. A pesquisa foi desenvolvida dentro dos pressupostos de natureza qualitativa, de cunho bibliográfico e documental. A análise mostra o manejado de expressões como “evidências científicas” e “numeracia” no discurso da PNA, que foram articuladas politicamente de forma a não desafiar as estruturas desiguais de nossa sociedade, dentre elas as questões de gênero, mantendo o status quo.","PeriodicalId":513579,"journal":{"name":"Periferia","volume":"31 21","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Periferia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/periferia.2024.76800","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O presente artigo buscou analisar como a Matemática entra na Política Nacional de Alfabetização (PNA) proposta pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Tal política se inseria entre as visões dominantes desse governo de que a escola teria que se concentrar em ensinar a ler, escrever e contar. Como esse governo combateu veementemente os estudos de gênero e as ciências humanas e sociais de um modo geral, elegendo as ciências cognitivas como paradigma para suas políticas de alfabetização, com foco na Matemática, analisamos, neste artigo, o discurso da PNA em relação ao ensino dessa linguagem. Para isso, adotamos a perspectiva foucaultiana do discurso, em uma vertente pós-estruturalista. A pesquisa foi desenvolvida dentro dos pressupostos de natureza qualitativa, de cunho bibliográfico e documental. A análise mostra o manejado de expressões como “evidências científicas” e “numeracia” no discurso da PNA, que foram articuladas politicamente de forma a não desafiar as estruturas desiguais de nossa sociedade, dentre elas as questões de gênero, mantendo o status quo.