{"title":"\"É tudo ser humano\": invisibilizando a diversidade sexual em contexto escolar","authors":"Douglas Barreiros, José Roberto da Silva Brêtas","doi":"10.55028/pdres.v11i26.19353","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo fundamenta-se em um segmento de uma tese de doutorado defendida em 2021 na Universidade Federal de São Paulo (USP). O período de realização da pesquisa foi precedido pela circulação de suposições de que as escolas estariam trabalhando com a “ideologia de gênero”, algo que colocaria em risco crianças, adolescentes e famílias. Sabendo-se que as representações sociais são roteiros para ação, o trabalho teve por objetivo levantar e analisar as representações sociais de docentes acerca da diversidade sexual em contexto escolar a fim de identificar os meios pelos quais docentes estariam trabalhando, ou não, com a diversidade sexual nas salas de aula. Assim, foram entrevistadas/os trinta docentes de uma escola da periferia de Guarulhos-SP. As entrevistas foram coletadas, transcritas e analisadas à luz da Teoria das Representações Sociais, enquanto método, e da Análise de Conteúdo. Tais procedimentos metodológicos fizeram emergir oito categorias temáticas de análise. Dentre elas destacamos a que foi nomeada de “É tudo ser humano: invisibilizando as diferenças”. Os resultados das análises dessa categoria revelaram que contrariando pânicos morais produzidos por setores conservadores, as/os docentes não abordam questões de gênero e da diversidade sexual em contexto escolar. Antes, invisibilizam as diferenças e negam os diferentes tipos de discriminação e preconceito gerados pelas homotransfobias que circulam no contexto escolar, pois ancoram suas representações acerca da diversidade em fundamentalismos religiosos e moralismos conservadores. Conclui-se que existem grandes desafios para a construção de projetos pedagógicos que objetivem combater expressões discriminatórias.","PeriodicalId":513389,"journal":{"name":"Perspectivas em Diálogo: Revista de Educação e Sociedade","volume":"327 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectivas em Diálogo: Revista de Educação e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55028/pdres.v11i26.19353","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo fundamenta-se em um segmento de uma tese de doutorado defendida em 2021 na Universidade Federal de São Paulo (USP). O período de realização da pesquisa foi precedido pela circulação de suposições de que as escolas estariam trabalhando com a “ideologia de gênero”, algo que colocaria em risco crianças, adolescentes e famílias. Sabendo-se que as representações sociais são roteiros para ação, o trabalho teve por objetivo levantar e analisar as representações sociais de docentes acerca da diversidade sexual em contexto escolar a fim de identificar os meios pelos quais docentes estariam trabalhando, ou não, com a diversidade sexual nas salas de aula. Assim, foram entrevistadas/os trinta docentes de uma escola da periferia de Guarulhos-SP. As entrevistas foram coletadas, transcritas e analisadas à luz da Teoria das Representações Sociais, enquanto método, e da Análise de Conteúdo. Tais procedimentos metodológicos fizeram emergir oito categorias temáticas de análise. Dentre elas destacamos a que foi nomeada de “É tudo ser humano: invisibilizando as diferenças”. Os resultados das análises dessa categoria revelaram que contrariando pânicos morais produzidos por setores conservadores, as/os docentes não abordam questões de gênero e da diversidade sexual em contexto escolar. Antes, invisibilizam as diferenças e negam os diferentes tipos de discriminação e preconceito gerados pelas homotransfobias que circulam no contexto escolar, pois ancoram suas representações acerca da diversidade em fundamentalismos religiosos e moralismos conservadores. Conclui-se que existem grandes desafios para a construção de projetos pedagógicos que objetivem combater expressões discriminatórias.