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Abstract
Este artigo trata da história de uma erva indígena, a Ayapana, natural do vale amazônico e aclimatada em outras regiões do planeta. A trajetória dessa planta, sua circulação no interior da capitania do Grão-Pará até os círculos científicos europeus no século XVIII e XIX, nos mostra, em grande parte, como ocorreu o processo de apropriação dos saberes indígenas e como foram integrados ao que se considerava, na época, um conhecimento científico, que ao ser posto em trânsito por uma anônima índia acabou tomando rumos globais. O trabalho analisa a história desta planta indígena a partir dos sujeitos que tiveram contato com ela e isso permitiu mostrar como estavam inseridos em um universo de construção e apropriação de saberes locais e de circulação de conhecimentos que, como veremos, deixa em evidência uma ampla rede de contato que faz a ligação entre o império ultramarino português e seus agentes.