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Abstract
As cartas de data e sesmaria concedidas pela Câmara de São Luís no início do século XVIII permitem observar como os moradores da cidade a enxergavam e praticavam. Sob a liturgia burocrática destes documentos exprimem-se verdadeiros relatos de espaço na acepção de Michel de Certeau. A despeito da estrutura padronizada das petições e concessões, São Luís é descrita com base na experiência cotidiana, isto é, nas pessoas conhecidas, nos principais pontos de atração da população e nas trajetórias percorridas pela cidade. As localizações de “chãos” e casas baseavam-se nas construções, vizinhos e caminhos que serviam de referências e balizas espaciais para os contemporâneos. Estas narrativas ambulantes descrevem o espaço e contam “itinerários”, além de permitirem observar o sentido da ocupação fundiária da cidade naquele período