A outremização do sujeito colonial em Danticat e Kincaid

Anna Júlia Targino de Castro Nunes, Nicole de Sá, Maria Elizabeth Peregrino Souto Maior Mendes
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Abstract

O objetivo da presente pesquisa é investigar a experiência diaspórica dos sujeitos femininos representados na novela Lucy, de Jamaica Kincaid e no conto “Children of the Sea”, de Edwidge Danticat. Compartilhando origens afro-caribenhas, sendo Kincaid de Antígua e Barbuda, e Dandicat do Haiti, as escritoras problematizam em sua oeuvre os processos diaspóricos dos sujeitos colonizados, suas experiências enquanto seres humanos marcados por traços étnicos, papéis sociais específicos e determinadas expectativas culturais. A novela Lucy de Kincaid e o conto “Children of the Sea” de Danticat, explicitam as motivações políticas dos sujeitos migrantes em uma jornada rumo à liberdade, e debatem as dificuldades dos corpos marcados pela herança colonial de terem seus direitos humanos assegurados em um país que as enxerga apenas como cidadãs de segunda classe. Assim, pretende-se analisar os modos através dos quais as vivências das personagens Lucy e Célianne são afetadas por sua identidade enquanto mulheres negras colonizadas. As duas narrativas expõem não apenas os efeitos deletérios do colonialismo, como também a outremização e a subalternização do corpo negro, e principalmente como ele reage aos processos de marginalização e desumanização a que são submetidos. Como fundamentação teórica, a análise proposta se apoia nos estudos de Davis (1981), Lorde (1984), Crenshaw (1991), Vergès (2018) e Morrison (2019), com o intuito de demonstrar, através de uma ótica comparada, os modos através dos quais a experiência do passado colonial afeta o corpo feminino, que carrega consigo estigmas, traumas e marcas de opressão agravadas por fatores como gênero, raça e classe. Tanto a personagem Lucy quanto Célianne sofrem um processo de subalternização triplo, enquanto mulheres, negras e migrantes. Embora os olhares de inferioridade sobre esse sujeito tentem limitar seus lugares de atuação, em ambos os casos as personagens resistem e revidam às tentativas de silenciamento e apagamento que sofrem.
丹蒂卡特和金凯德笔下殖民主体的去殖民化
本研究旨在探讨牙买加作家金凯德的小说《露西》和埃德维奇-丹蒂卡特的短篇小说《海的孩子》中所表现的女性主体的散居经历。金凯德来自安提瓜和巴布达,丹迪卡特来自海地,这两位作家有着相同的非裔加勒比人血统,她们在自己的作品中探讨了殖民地主体的散居过程,以及她们作为带有种族特征、特定社会角色和某种文化期望的人的经历。金凯德的长篇小说《露西》和丹蒂卡特的短篇小说《海的孩子》解释了移民主体在通往自由的旅途中的政治动机,并讨论了带有殖民遗产特征的主体在一个仅将其视为二等公民的国家中人权难以得到保障的问题。目的是分析露西和塞丽安的经历如何受到其殖民地黑人女性身份的影响。这两段叙事不仅揭示了殖民主义的有害影响,还揭示了黑人身体的边缘化和次等化,尤其是黑人身体如何对她们所遭受的边缘化和非人化过程做出反应。作为理论基础,拟议的分析以戴维斯(1981 年)、洛德(1984 年)、克伦肖(1991 年)、韦尔杰斯(2018 年)和莫里森(2019 年)的研究为基础,旨在通过比较的视角,展示殖民历史的经历如何影响女性身体,而女性身体所承载的污名、创伤和压迫印记因性别、种族和阶级等因素而加剧。作为女性、黑人和移民,露西和塞丽安都经历了三重亚文化进程。虽然这些主体的劣等观点试图限制他们的行动空间,但在这两个案例中,人物都对试图压制和抹杀他们的行为进行了反抗和反击。
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