Débora Vasconcelos Correia, Janaina Weissheimer, Gustavo Lopez Estivalet, José Ferrari Neto
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Abstract
Este artigo apresenta um estudo experimental que objetiva testar a proposição fundamental da Teoria Integrada da Fluência, que é conceber a fluência verbal como uma habilidade linguística. A partir da Linguística, Psicolinguística e Neurociência da Linguagem, investigaram-se componentes de potenciais relacionados a eventos (ERPs) eliciados por palavras de classe aberta e fechada, em adultos com e sem gagueira. A hipótese é que, por ser a fluência verbal uma habilidade linguística, seu desenvolvimento típico está diretamente relacionado aos processos de identificação e acesso a traços formais, enquanto a gagueira, por ser um transtorno da fluência, está relacionada a dificuldades na representação de traços formais no léxico mental e/ou em acessá-los durante a computação on-line. Para testá-la, realizou-se um experimento com paradigma misto. Participaram 14 adultos que gaguejam e 14 adultos fluentes, com idade média de 24,6 anos, numa tarefa de leitura silenciosa de frases, concomitante ao registro da atividade elétrica cerebral por meio da eletroencefalografia. Os resultados mostraram que as classes de palavras provocaram distintos ERPs. A análise da atividade elétrica cerebral subjacente ao processo de identificação categorial das palavras foi a principal diferença entre os grupos. Tal constatação contribuiu para a assunção da fluência verbal como uma habilidade linguística.