{"title":"Novo ensino médio: os itinerários formativos na rede de ensino do Espírito Santo","authors":"E. B. Ferreira, Kefren Calegari dos Santos","doi":"10.5007/2175-795x.2024.e94918","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo é um recorte de uma pesquisa mais abrangente desenvolvida na rede estadual de ensino médio do Espírito Santo que acompanhou a implantação da reforma do ensino médio. Especificamente, este texto apresenta um retrato da organização dos itinerários formativos feita pela Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo a partir do mapeamento e da análise dos documentos produzidos em nível estadual como contribuição para os estudos sobre a aplicação de uma política educacional na prática. Os dados coletados informam um quadro geral da oferta dos itinerários formativos, que é de grande diversidade e desigualdade. No total de 78 municípios no estado, 22 possuem apenas uma escola, sendo que em cinco delas a oferta atende o mínimo legal de dois itinerários formativos. Ademais, 18 escolas estaduais ofertam somente um itinerário, o que contraria a legislação. A oferta do quinto itinerário formativo é predominante no estado, no qual a perspectiva da educação profissional está dissociada da formação geral, o que é um retrocesso em relação aos debates e políticas formuladas no passado recente do Brasil. Nossos estudos apontam que a reforma do ensino médio atualiza a Teoria do Capital Humano no século XXI, remetendo a uma maior dimensão interna/psique que busca a fabricação de subjetividades para o mercado; um ensino médio focado na formação de um individualismo baseado em valores e imagens ilusórias de um futuro promissor para estudantes situados nas franjas da sociedade.","PeriodicalId":33543,"journal":{"name":"Perspectiva","volume":"41 19","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectiva","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-795x.2024.e94918","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo é um recorte de uma pesquisa mais abrangente desenvolvida na rede estadual de ensino médio do Espírito Santo que acompanhou a implantação da reforma do ensino médio. Especificamente, este texto apresenta um retrato da organização dos itinerários formativos feita pela Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo a partir do mapeamento e da análise dos documentos produzidos em nível estadual como contribuição para os estudos sobre a aplicação de uma política educacional na prática. Os dados coletados informam um quadro geral da oferta dos itinerários formativos, que é de grande diversidade e desigualdade. No total de 78 municípios no estado, 22 possuem apenas uma escola, sendo que em cinco delas a oferta atende o mínimo legal de dois itinerários formativos. Ademais, 18 escolas estaduais ofertam somente um itinerário, o que contraria a legislação. A oferta do quinto itinerário formativo é predominante no estado, no qual a perspectiva da educação profissional está dissociada da formação geral, o que é um retrocesso em relação aos debates e políticas formuladas no passado recente do Brasil. Nossos estudos apontam que a reforma do ensino médio atualiza a Teoria do Capital Humano no século XXI, remetendo a uma maior dimensão interna/psique que busca a fabricação de subjetividades para o mercado; um ensino médio focado na formação de um individualismo baseado em valores e imagens ilusórias de um futuro promissor para estudantes situados nas franjas da sociedade.