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Abstract
Partindo da discussão da Ethica Nicomachea sobre a configuração dos pathe e a intrínseca relação que eles mantêm com as ações humanas, o artigo visa discutir de que modo a personagem Trasímaco, do diálogo platônico A República, pode ser considerada um exemplo paradigmático do caráter cuja razão se encontra inoperante. Com efeito, uma vez que o sofista está arraigado a suas concepções de mundo, sem admitir a hipótese de que suas posições e respostas acerca dos mais diversos assuntos sejam demonstradas incorretas, por incidirem em contradição, toda a possibilidade de diálogo com tal homem fracassa, de antemão. Assim, n’ A República, a ação dialógica, de um lado, mostra o poder que exerce nas almas dos que estão dispostos a sofrer seus efeitos, mas, de outro lado, aponta para os limites aos quais está submetida. O completo desvio da ordem racional, ou seja, a desrazão, é um obstáculo insuperável ao filósofo socrático na medida em que sinaliza para o fim do discurso e a prevalência da ferocidade bestial. E, certamente, Trasímaco é a besta com a qual não é possível dialogar.