{"title":"medo como marca da tirania no \"De Clementia\" de Sêneca","authors":"Taynam Santos Luz Bueno","doi":"10.20873/rpv8n3-95","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Procura-se apontar, neste texto, o papel do medo enquanto marcador da legitimidade do princeps. Isto é, a partir da leitura do De Clementia, pretende-se demonstrar que, para Sêneca, tão distinta quanto a virtude da clemência é para o bom governante, o medo é para o tirano. Se a clemência revela a natureza racional e pacífica do governante, de modo inverso, o aparecimento do medo no corpo político revela a natureza destemperada e violenta dos tiranos. Assim, alinhado com os ensinamentos estoicos, o autor romano estabelece um conjunto de marcadores capazes de identificar, de um lado, o bom governante por suas virtudes, qualidades e pela tranquilidade e segurança de si e seu corpo político e, de outro, seu extremo oposto, mostrando que a presença do medo (tanto em si quanto no corpo político) é insígnia de governos tirânicos, levando-os à ruína assim como as paixões arrasam aqueles que as possuem. ","PeriodicalId":32338,"journal":{"name":"Perspectivas","volume":" 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectivas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20873/rpv8n3-95","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Procura-se apontar, neste texto, o papel do medo enquanto marcador da legitimidade do princeps. Isto é, a partir da leitura do De Clementia, pretende-se demonstrar que, para Sêneca, tão distinta quanto a virtude da clemência é para o bom governante, o medo é para o tirano. Se a clemência revela a natureza racional e pacífica do governante, de modo inverso, o aparecimento do medo no corpo político revela a natureza destemperada e violenta dos tiranos. Assim, alinhado com os ensinamentos estoicos, o autor romano estabelece um conjunto de marcadores capazes de identificar, de um lado, o bom governante por suas virtudes, qualidades e pela tranquilidade e segurança de si e seu corpo político e, de outro, seu extremo oposto, mostrando que a presença do medo (tanto em si quanto no corpo político) é insígnia de governos tirânicos, levando-os à ruína assim como as paixões arrasam aqueles que as possuem.