Maria Deolinda Auxtero, José Brito, Isabel Margarida Costa
{"title":"Terapêuticas fotossensibilizantes em idosos: uma realidade subvalorizada","authors":"Maria Deolinda Auxtero, José Brito, Isabel Margarida Costa","doi":"10.51126/revsalus.v5isupii.739","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Muitos fármacos podem induzir fotodermatoses (Blakely et al., 2019; Hofmann & Weber, 2021), com manifestações clínicas de difícil diagnóstico. No caso dos idosos polimedicados, há maior probabilidade de isso acontecer, sendo importante identificar as terapêuticas fotossensibilizantes e prevenir aplicando protetor solar. Objetivos: Foi realizado um estudo transversal para avaliar o potencial fotossensibilizante da terapêutica de idosos, em ambiente familiar, com mais de 65 anos, a tomar pelo menos dois medicamentos, e os seus hábitos de fotoproteção. Material e Métodos: A população estudada incluiu idosos com mais de 65 anos, e a tomar, pelo menos, dois medicamentos. Foram recolhidos dados demográficos e antropométricos, como idade, sexo, nacionalidade e composição do agregado familiar. Adicionalmente, foram avaliados os hábitos de proteção solar através da pergunta \"Usa protetor solar?\" Os inquiridos tinham quatro opções, a saber: \"nunca\", \"raramente\", \"só no verão\" e \"regularmente\". A terapêutica foi avaliada pela análise das cartonagens. O potencial fotossensibilizante dos medicamentos foi avaliado através de uma extensa pesquisa bibliográfica, incluindo revisões, casos clínicos, resumo das características do produto, bulas e bases de dados como o Medscape. A associação entre as variáveis foi avaliada utilizando o coeficiente de correlação de Spearman ou tabelas de contingência e o teste do qui-quadrado de independência. Todos os testes estatísticos foram aplicados ao nível de significância de 5%, utilizando o SPSS 28 (Armonk, NY: IBM Corp). Resultados: Participaram 104 idosos (65,4% mulheres e 34,6% homens) com uma média de idades de 78,4 anos. Os 104 participantes tomavam entre 0 e 13 medicamentos fotossensibilizantes. Os quartis do número de medicamentos tomados eram 2 (Q1), 3 (Q2) e 5 (Q3). A percentagem de indivíduos que não usavam protetor solar é superior à dos que raramente (sig.= 0,002) ou regularmente o usavam (sig.< 0,001). Conclusões: A maioria dos idosos toma vários medicamentos fotossensibilizantes sem usar protetor solar regularmente. Apesar de toda a terapêutica ter sido prescrita ou aconselhada por profissionais de saúde, praticamente todos os idosos afirmaram não ter recebido aconselhamento sobre esta matéria. É crucial um aumento da consciencialização dos riscos da terapêutica fotossensibilizante e adoção de medidas preventivas, como a fotoproteção regular.","PeriodicalId":506230,"journal":{"name":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","volume":" 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51126/revsalus.v5isupii.739","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Muitos fármacos podem induzir fotodermatoses (Blakely et al., 2019; Hofmann & Weber, 2021), com manifestações clínicas de difícil diagnóstico. No caso dos idosos polimedicados, há maior probabilidade de isso acontecer, sendo importante identificar as terapêuticas fotossensibilizantes e prevenir aplicando protetor solar. Objetivos: Foi realizado um estudo transversal para avaliar o potencial fotossensibilizante da terapêutica de idosos, em ambiente familiar, com mais de 65 anos, a tomar pelo menos dois medicamentos, e os seus hábitos de fotoproteção. Material e Métodos: A população estudada incluiu idosos com mais de 65 anos, e a tomar, pelo menos, dois medicamentos. Foram recolhidos dados demográficos e antropométricos, como idade, sexo, nacionalidade e composição do agregado familiar. Adicionalmente, foram avaliados os hábitos de proteção solar através da pergunta "Usa protetor solar?" Os inquiridos tinham quatro opções, a saber: "nunca", "raramente", "só no verão" e "regularmente". A terapêutica foi avaliada pela análise das cartonagens. O potencial fotossensibilizante dos medicamentos foi avaliado através de uma extensa pesquisa bibliográfica, incluindo revisões, casos clínicos, resumo das características do produto, bulas e bases de dados como o Medscape. A associação entre as variáveis foi avaliada utilizando o coeficiente de correlação de Spearman ou tabelas de contingência e o teste do qui-quadrado de independência. Todos os testes estatísticos foram aplicados ao nível de significância de 5%, utilizando o SPSS 28 (Armonk, NY: IBM Corp). Resultados: Participaram 104 idosos (65,4% mulheres e 34,6% homens) com uma média de idades de 78,4 anos. Os 104 participantes tomavam entre 0 e 13 medicamentos fotossensibilizantes. Os quartis do número de medicamentos tomados eram 2 (Q1), 3 (Q2) e 5 (Q3). A percentagem de indivíduos que não usavam protetor solar é superior à dos que raramente (sig.= 0,002) ou regularmente o usavam (sig.< 0,001). Conclusões: A maioria dos idosos toma vários medicamentos fotossensibilizantes sem usar protetor solar regularmente. Apesar de toda a terapêutica ter sido prescrita ou aconselhada por profissionais de saúde, praticamente todos os idosos afirmaram não ter recebido aconselhamento sobre esta matéria. É crucial um aumento da consciencialização dos riscos da terapêutica fotossensibilizante e adoção de medidas preventivas, como a fotoproteção regular.