{"title":"Validação de uma intervenção educacional para promover comportamentos de saúde nos sobreviventes de cancro: técnica e-delphi","authors":"Nuno Peixoto, Tiago Peixoto","doi":"10.51126/revsalus.v5isupii.748","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A literatura mostra que os sobreviventes de cancro recebem menos recomendações sobre atividades preventivas e envolvem-se em menos comportamentos saudáveis em comparação com pessoas sem cancro. A promoção da saúde assume elevada pertinência, porque pode aumentar os recursos dos sobreviventes para a adoção de comportamentos saudáveis e melhorar a saúde física e psicológica, a qualidade de vida e a sobrevivência a longo prazo. Em Portugal existe uma escassez de abordagens salutogénicas nesta população. Objetivos: Validar o conteúdo e a estrutura de uma intervenção educacional em enfermagem para promover os comportamentos de saúde nos sobreviventes. Material e Métodos: Foi desenvolvido um estudo de consensos com 26 peritos baseado na técnica e-Delphi (Keeney, Hasson & McKenna, 2011) para validar: a estrutura (a) as estratégias de intervenção educacional, b) o tipo, a duração e frequência dos contactos a estabelecer, c) o início da intervenção, d) a preparação dos enfermeiros, e) os critérios de exclusão dos participantes) e o conteúdo (domínios e intervenções de enfermagem referentes à mudança de comportamento em saúde e aos comportamentos de saúde). Resultados: Foi consensual entre os participantes, que a intervenção deve contemplar 4 a 8 sessões (1/semana), presenciais, na instituição ou no domicílio. A intervenção pode ser coadjuvada com o recurso ao contacto telefónico e/ou mensagens motivacionais. É sugerida a intervenção em grupo e a inclusão do familiar reforçando a relevância da família. De facto, viver após o cancro é uma experiência altamente singular e a inclusão do familiar promove intervenções holísticas e evita o autoisolamento. Um elevado número de focos de atenção e intervenções de enfermagem, baseadas na CIPE®, obtiveram consenso entre os peritos, tornando unanime a utilização da mesma, sobretudo porque tem grande impacto na prática profissional e na documentação dos cuidados de enfermagem. Conclusões: O facto de ter tido um cancro, mesmo superando positivamente os tratamentos, impõe uma nova condição de saúde aos sobreviventes. O consenso obtido entre os peritos produz robustez e consistência à intervenção educacional em enfermagem em desenvolvimento, permite traçar linhas orientadoras de planos de cuidados padronizados e desenhar uma intervenção holista consubstanciada pela disciplina de enfermagem e baseada numa linguagem classificada.","PeriodicalId":506230,"journal":{"name":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","volume":" 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RevSALUS - Revista Científica da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51126/revsalus.v5isupii.748","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A literatura mostra que os sobreviventes de cancro recebem menos recomendações sobre atividades preventivas e envolvem-se em menos comportamentos saudáveis em comparação com pessoas sem cancro. A promoção da saúde assume elevada pertinência, porque pode aumentar os recursos dos sobreviventes para a adoção de comportamentos saudáveis e melhorar a saúde física e psicológica, a qualidade de vida e a sobrevivência a longo prazo. Em Portugal existe uma escassez de abordagens salutogénicas nesta população. Objetivos: Validar o conteúdo e a estrutura de uma intervenção educacional em enfermagem para promover os comportamentos de saúde nos sobreviventes. Material e Métodos: Foi desenvolvido um estudo de consensos com 26 peritos baseado na técnica e-Delphi (Keeney, Hasson & McKenna, 2011) para validar: a estrutura (a) as estratégias de intervenção educacional, b) o tipo, a duração e frequência dos contactos a estabelecer, c) o início da intervenção, d) a preparação dos enfermeiros, e) os critérios de exclusão dos participantes) e o conteúdo (domínios e intervenções de enfermagem referentes à mudança de comportamento em saúde e aos comportamentos de saúde). Resultados: Foi consensual entre os participantes, que a intervenção deve contemplar 4 a 8 sessões (1/semana), presenciais, na instituição ou no domicílio. A intervenção pode ser coadjuvada com o recurso ao contacto telefónico e/ou mensagens motivacionais. É sugerida a intervenção em grupo e a inclusão do familiar reforçando a relevância da família. De facto, viver após o cancro é uma experiência altamente singular e a inclusão do familiar promove intervenções holísticas e evita o autoisolamento. Um elevado número de focos de atenção e intervenções de enfermagem, baseadas na CIPE®, obtiveram consenso entre os peritos, tornando unanime a utilização da mesma, sobretudo porque tem grande impacto na prática profissional e na documentação dos cuidados de enfermagem. Conclusões: O facto de ter tido um cancro, mesmo superando positivamente os tratamentos, impõe uma nova condição de saúde aos sobreviventes. O consenso obtido entre os peritos produz robustez e consistência à intervenção educacional em enfermagem em desenvolvimento, permite traçar linhas orientadoras de planos de cuidados padronizados e desenhar uma intervenção holista consubstanciada pela disciplina de enfermagem e baseada numa linguagem classificada.