Marieli Elena Müller, Eduarda Thaís dos Santos, Diego Orgel Dal Bosco Almeida
{"title":"Educação, clandestinidade e cultura política: a denúncia como princípio e recurso educativo nas páginas de A Classe Operária","authors":"Marieli Elena Müller, Eduarda Thaís dos Santos, Diego Orgel Dal Bosco Almeida","doi":"10.5585/46.2023.24489","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo central deste artigo é apresentar os resultados parciais de uma investigação acerca do papel educativo do jornal A Classe Operária, que circulou clandestinamente durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Relacionando os conceitos de educação, clandestinidade e cultura política, além de considerar referenciais metodológicos ligados aos potenciais usos da fonte jornal para a História da Educação, a análise de vinte (20) edições deste periódico, entre 1967 e 1969, demonstrou que A Classe Operária foi um importante instrumento de educação para os comunistas na clandestinidade. Em suas páginas, a denúncia teve centralidade como princípio e recurso educativo. Como princípio, teve a função de disseminar valores, crenças, convicções e pressupostos associados à cultura política comunista, o que já era uma prática educativa desde o seu surgimento em 1925. Como recurso, serviu como um disseminador de valores que enfatizavam o comprometimento, a solidariedade e a lealdade com a organização partidária, além da capacidade de enfrentar riscos e adversidades, principalmente quando a militância comunista precisou atuar na clandestinidade, entre fins dos anos 1960 e meados dos 1970.","PeriodicalId":42058,"journal":{"name":"Dialogia","volume":"65 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-11-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5585/46.2023.24489","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O objetivo central deste artigo é apresentar os resultados parciais de uma investigação acerca do papel educativo do jornal A Classe Operária, que circulou clandestinamente durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Relacionando os conceitos de educação, clandestinidade e cultura política, além de considerar referenciais metodológicos ligados aos potenciais usos da fonte jornal para a História da Educação, a análise de vinte (20) edições deste periódico, entre 1967 e 1969, demonstrou que A Classe Operária foi um importante instrumento de educação para os comunistas na clandestinidade. Em suas páginas, a denúncia teve centralidade como princípio e recurso educativo. Como princípio, teve a função de disseminar valores, crenças, convicções e pressupostos associados à cultura política comunista, o que já era uma prática educativa desde o seu surgimento em 1925. Como recurso, serviu como um disseminador de valores que enfatizavam o comprometimento, a solidariedade e a lealdade com a organização partidária, além da capacidade de enfrentar riscos e adversidades, principalmente quando a militância comunista precisou atuar na clandestinidade, entre fins dos anos 1960 e meados dos 1970.