Geizi Da Silva Sales de Marchi, Paola Biasoli Alves, R. Ribeiro
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Abstract
Este artigo traz um debate teórico a partir da interlocução entre produção de gênero e violência sexual contra crianças e adolescentes. Amparado por uma perspectiva histórica e teórica acerca dos estudos de gênero, assume-se que o processo de socialização e construção das identidades dos sujeitos é marcada por práticas e discursos que incidem continuamente sobre os corpos desde sua gestação. Modelos hegemônicos de masculinidades e feminilidades atravessam as vivências dos sujeitos produzindo marcas, relações de poder, possibilidades e proibições. Assim, compreende-se o gênero enquanto categoria de análise produtora de relações de poder assimétricas que, entre outros fatores, contribuem para a reprodução da violência sexual contra crianças e adolescentes. Esta trata-se de um fenômeno complexo, considerado problema de saúde pública, que se articula com questões micro e macrossociais. Nesta perspectiva, elementos como machismo, patriarcado e adultocentrismo, aliado às desigualdades étnico-raciais, socioeconômicas e de gênero mostram-se enquanto alguns dos fatores que atravessam a violência sexual infantojuvenil, tais elementos são debatidos ao longo do artigo. A prevenção e enfrentamento à violência sexual traduz-se tanto pela ruptura de práticas silenciadoras, maginalizantes e de desigualdades de poder entre os sujeitos, quanto pela efetivação de políticas públicas e criação de estratégias questionadoras das normativas de gênero.