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Abstract
O objetivo do presente artigo é analisar o fenômeno das automutilações, trazendo à luz a complexidade desse campo de estudos e visando apresentar a construção de uma categoria nosográfica para as automutilações. Elas se caracterizam pelo ato de ferir o próprio corpo voluntariamente, sem intenção consciente de morte, e podem se apresentar de diversas formas, configurando diferentes tipos de comportamentos. Partindo das discussões existentes na literatura sobre o fenômeno, inicialmente circunscritas à psiquiatria e, posteriormente apropriadas pela psicanálise, apresentamos um percurso histórico do conceito, contextualizando suas aparições em diferentes cenas e formas psicopatológicas. Buscamos ainda fomentar uma discussão acerca do estatuto do fenômeno automutilatório: trata-se apenas de um sintoma, prevalente em diferentes quadros clínicos, ou estaríamos falando de uma síndrome, entidade clínica diferenciada que afunila e congrega outros comportamentos? Nesse cenário, destacamos o caráter transnosográfico das automutilações, uma vez que o fenômeno perpassa diversos quadros clínicos na forma de sintoma, ao mesmo tempo em que começa a se configurar como uma entidade nosográfica separada de outras doenças.