{"title":"O ser humano nas cavernas","authors":"Leandro Cosme Oliveira Couto, Luiz Eduardo Panisset Travassos","doi":"10.9771/geo.v0i2.55910","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo cuida da reflexão analítica e interpretativa sobre a presença do ser humano em cavernas como situação culturalmente refinada. A Lapa de Antônio Pereira, caverna no interior do Brasil utilizada para fins religiosos desde o século XVIII, é a paisagem e o lugar que viabiliza perspectiva analítica e interpretativa sobre a interação entre ambientes cavernícolas e atividades humanas neles realizadas: existe reciprocidade entre cavernas e as atividades antrópicas ali produzidas? A gruta foi visitada em trabalhos de campo entre setembro de 2017 e agosto de 2019, realizando-se mesmo percurso no interior da caverna num transecto de 24 pontos iniciado na entrada e finalizado na parede mais distal. Para cada ponto se estabeleceu uma área de abrangência amostral qualificada pela incidência de luz e uso antrópico predominante. Assim, possibilitou-se elaborar modelos conceituais de zoneamento fótico e de compartimentação antrópica congruentes que mostram que a Lapa tanto molda, quanto é moldada pela visitação turística religiosa historicamente realizada. O efeito do confinamento subterrâneo indica que a presença antrópica impacta e é impactada, especialmente pelo espeleoclima e pela morfológica cavernícola. Uma caverna é tanto a paisagem se projetando sobre o sujeito quanto um lugar no qual o sujeito se projeta sobre a paisagem.","PeriodicalId":55826,"journal":{"name":"GeoTextos","volume":"279 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"GeoTextos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.55910","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo cuida da reflexão analítica e interpretativa sobre a presença do ser humano em cavernas como situação culturalmente refinada. A Lapa de Antônio Pereira, caverna no interior do Brasil utilizada para fins religiosos desde o século XVIII, é a paisagem e o lugar que viabiliza perspectiva analítica e interpretativa sobre a interação entre ambientes cavernícolas e atividades humanas neles realizadas: existe reciprocidade entre cavernas e as atividades antrópicas ali produzidas? A gruta foi visitada em trabalhos de campo entre setembro de 2017 e agosto de 2019, realizando-se mesmo percurso no interior da caverna num transecto de 24 pontos iniciado na entrada e finalizado na parede mais distal. Para cada ponto se estabeleceu uma área de abrangência amostral qualificada pela incidência de luz e uso antrópico predominante. Assim, possibilitou-se elaborar modelos conceituais de zoneamento fótico e de compartimentação antrópica congruentes que mostram que a Lapa tanto molda, quanto é moldada pela visitação turística religiosa historicamente realizada. O efeito do confinamento subterrâneo indica que a presença antrópica impacta e é impactada, especialmente pelo espeleoclima e pela morfológica cavernícola. Uma caverna é tanto a paisagem se projetando sobre o sujeito quanto um lugar no qual o sujeito se projeta sobre a paisagem.