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Abstract
O algoritmo digital permitiu o manejo de dados dos usuários da web pelos conglomerados informacionais. De forma discreta e personalizada, a nova forma de governamentalidade coleta, organiza, permuta e devolve os dados ao próprio indivíduo na forma de mais informações. Cada vez mais, esbarra na dimensão singular, tocando o campo do gozo via proliferação de objetos a que, na teoria lacaniana dos discursos, assume a dupla função de perda e de incessante tentativa de suplementação de gozo. Com o incremento informacional, o objeto chega ao ápice social e o digital alcança patamar discursivo. Inserindo-se no mesmo nicho do saber, a informação digital se aproveita da divisão subjetiva, deixando pouco espaço para que o sujeito possa lidar com a entropia de seu gozo via desejo. Se a neguentropia é o atributo do saber que limita a dispersão de gozo, na informação tratada e retornada algoritmicamente tal processo sofre uma aceleração, agindo diretamente sobre a economia dos afetos. Com prejuízo para o sujeito, resta uma experiência de gozo cada vez mais direta, crua, menos mediatizada pelo saber e pelo Outro.