{"title":"O status moral do embrião e do feto em tempos de polarização política","authors":"L. Biasoli, Rogério Piva da Silva","doi":"10.24220/2675-9160v4e2023a8680","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Um dos temas mais polêmicos em questões bioéticas versa sobre o aborto, utilizado desde a Antiguidade como estratégia de controle reprodutivo; na contemporaneidade, contudo, ganhou importância central nos acirrados debates políticos e jurídicos em tempos de forte polarização política. Duas correntes principais vêm tentando monopolizar a atenção na cena pública e buscam a hegemonia na narrativa em tela de juízo crítico: a posição Pró-Escolha de forte inspiração na filosofia dos novos direitos e na emergência do movimento feminista e a perspectiva Pró-Vida, habitualmente ligada a movimentos mais conservadores e religiosos. Este trabalho serve-se da metodologia de revisão analítico-bibliográfica de natureza exploratório-conceitual, para revisitar a importância socioepidemiológica do abortamento, e de seu impacto na vida das mulheres, ademais promove uma investigação conceitual dos principais argumentos políticos e de natureza ético-moral de cada uma das correntes antagônicas. Conclui-se, sem pretender esgotar o assunto, cum grano salis que a posição Pró-Escolha implica em componentes ideológicos biopolíticos ligados ao movimento feminista, onde nem sempre feminismo e aborto estão unidos; bem como nos argumentos Pró-Vida há tantos defensores seculares, quanto religiosos, e esta não está, necessariamente, ligada a uma ideologia conservadora. Como resultado final, ademais, defende-se que no debate bioético sobre o abortamento é mister sejam incluídos o princípio da responsabilidade e da responsabilidade parental e que sejam evitados quaisquer tipos de extremismos.","PeriodicalId":129042,"journal":{"name":"Revista de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social","volume":"31 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24220/2675-9160v4e2023a8680","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Um dos temas mais polêmicos em questões bioéticas versa sobre o aborto, utilizado desde a Antiguidade como estratégia de controle reprodutivo; na contemporaneidade, contudo, ganhou importância central nos acirrados debates políticos e jurídicos em tempos de forte polarização política. Duas correntes principais vêm tentando monopolizar a atenção na cena pública e buscam a hegemonia na narrativa em tela de juízo crítico: a posição Pró-Escolha de forte inspiração na filosofia dos novos direitos e na emergência do movimento feminista e a perspectiva Pró-Vida, habitualmente ligada a movimentos mais conservadores e religiosos. Este trabalho serve-se da metodologia de revisão analítico-bibliográfica de natureza exploratório-conceitual, para revisitar a importância socioepidemiológica do abortamento, e de seu impacto na vida das mulheres, ademais promove uma investigação conceitual dos principais argumentos políticos e de natureza ético-moral de cada uma das correntes antagônicas. Conclui-se, sem pretender esgotar o assunto, cum grano salis que a posição Pró-Escolha implica em componentes ideológicos biopolíticos ligados ao movimento feminista, onde nem sempre feminismo e aborto estão unidos; bem como nos argumentos Pró-Vida há tantos defensores seculares, quanto religiosos, e esta não está, necessariamente, ligada a uma ideologia conservadora. Como resultado final, ademais, defende-se que no debate bioético sobre o abortamento é mister sejam incluídos o princípio da responsabilidade e da responsabilidade parental e que sejam evitados quaisquer tipos de extremismos.